segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

declaração de amor a céu aberto


Por mais que a gente enlouqueça e queira fingir que é para sempre, e deseje agarrar, segurar, prender no porão ou num potinho, ou adie mil vezes o fim quando ele está em nossas mãos, não tem jeito: as pessoas passam. Falo com certa sanidade que em verdade não me pertence: sofro cada vez que lembro que nada é para sempre.

Mas em pequenos descuidos, quando a alma está acalmada, percebo o que de bom fica de quem foi. Outro dia comprei um CD do ACDC, e estranhei. Quatro anos antes eu não faria isso. Lembrei-me do menino que fez-me interessar por ACDC, pegar gosto por pipoca e ver filmes de Wes Anderson.

Hoje janto pipoca sempre que posso, e os filmes de Wes Anderson são dos meus preferidos.

Quando relacionamentos acabam, a gente tende a pensar em tudo que perdeu: tempo, dias, planos, amor. Mas tão bonito é descobrir, nos entraves do dia-a-dia, as coisas que ficaram, e que somaram ao que éramos, e que fazem o agora.




(E das coisas boas que ficaram, a Rosa é uma delas. O menino do Wes Anderson e do ACDC me apresentou a menina que, quem diria, seria minha amiga, sócia, e por vezes 'espelho')

Um comentário:

Camis disse...

que lindo Carol!!! me fez ate chorar... lembrando dos que se foram em minha vida tb!!!
bjos