terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Who run the world?

Primeiro, leiam esse TEXTO.

O autor diz aquilo que eu acho que todo homem deveria saber: mulher gosta de sexo, e isso não quer dizer absolutamente nada sobre a moral delas.

***

Transar quando se tem vontade (na primeira noite, com o semidesconhecido, ou depois do 15° encontro, whatever) não quer dizer transar com qualquer um. E não, não estou querendo dar tapa com luvas de pelica, fazer uma média, pagar de "sou liberal, mas nem tanto". Fazendo isso, vou jogar no lixo todo o resto que defendo: a gente tem que dar quando tem vontade sim, e ninguém tem nada a ver com isso. Ponto.

O problema é que a gente sempre tem uma amiga que diz que "poxa, você vai ficar mal falada". A gente tem uma mãe que fala que menina tem que se comportar, um pai que diz que com esse tamanho de saia homem nenhum vai te valorizar, e, daí, dá um puta dum medo de ser a gente mesmo e ora, se minhas pernas são lindas, porque não usar essa saia? Se ele é legal, gentil, educado, e nossa, que tesão, por que não posso transar com ele? Por que mesmo? Porque tem aquela coisinha que pesa mais que consciência suja, a tal da "pressão social". Ô se pesa.

O texto lá de cima fala disso. Existem os valores fixados no passado que ainda atormentam o presente.

Mas daí a gente pensa bem. Por que, então, a gente que tem consciência daquilo que é (inteligente, honesta, amiga, batalhadora, fiel, leal) não passa por cima dessa tal da pressão social pra ser completamente feliz? Para ter os desejos realizados, e pra ser a gente mesmo: ser complexo, com inúmeras vontades, qualidade e defeitos que não se excluem?

Porque, de repente, vai aparecer um cara legal, com potencial para bom marido e bom pai, que quer uma mulher, como dizem, "pra casar", ele pode não querer nada sério comigo, e etc etc etc, e de repente aparece uma dessas meninas que se seguram como podem, que não dão de jeito nenhum, e ele vai preferir ficar com ela, porque homem não gosta de mulher "fácil".

Ou seja, o discurso machista ainda existe porque tem mulher que corrobora. Cada vez que a gente se faz de difícil só para parecer santa e cumprir um protocolo socialmente estabelecido e machistamente aplicado, e cada vez que a gente chama uma menina de vaca porque ela transou com alguém, a gente sabota um pouquinho da nossa liberdade.

Agora vamos pensar: que tipo de homem não gosta de mulher "fácil"? Um homem que acha que essa mulher, por ser "fácil", por fazer o que gosta, por ser bem-resolvida, vai traí-lo mais cedo ou mais tarde. Um homem inseguro? Pois é.

É, amiga, se ele não se garante, vai por mim: ele não é bom pra você. Não é porque eu transo quando tenho vontade que não sirvo pra ele. É porque ele pensa dessa forma que ele não serve pra mim.

Sabe aquele lance do "antes só do que mal acompanhada"? Então, a gente tem que perceber que a gente tá pronta pra encarar essa: ser feliz sozinha. Porque daí, quando isso acontecer, a gente vai poder falar não para os babacas que ainda querem dar pitaco no nosso comportamento, e ser feliz do lado de quem nos respeita: como ser complexo cheio de defeitos e qualidades que não se anulam por causa de uma minissaia ou de tesão bem resolvido.


Beyoncé já falou: we run this motha.



Pois é, gatas. Existe mulher que ainda não sabe o poder que tem.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A lista das desamélias

Eu podia estar estudando, escrevendo minha dissertação, preparando meu best-seller para ficar rica, mas tô aqui, curtindo minha ressaca com vocês, caros leitores sumidos. Mas vamo lá: fim de ano é temporada de listas e eu adoro listas, faço várias, sempre, ainda que sem funcionalidade e objetivo específico. Ontem a linda da Carol postou no face um texto muito engraçado de uma leitura masculina sobre a lista piegas e ridícula original. Mas é claro que os meninos pensam diferentes. Mas é claro que a gente também pensa diferente. A gente vai desameliar a lista, embrulhar e mandar de presente pra vocês, porque a gente adora dar presente.


1. Presentes fora de hora significam mais amor. Inclusive os mais simples.
Ok, é legal, todo mundo gosta de presente, mas não significa, em hipótese alguma, mais amor.

2. “Legal” não é a resposta que queremos ouvir quando perguntamos se estamos bonitas.
Não se pergunta pro homem se você tá bonita, o jeito que ele te olha já responde. O resto, pergunte para uma amiga de confiança.

3. Nós sempre esperamos uma ligação e sentimos falta quando você não dá sinal de vida durante o dia.
Mentira. Mentira. Mentira. 

NOTA DA CAROL: ok, sentimos sim, mas quando não temos nada para fazer.


4. Nós ficamos desapontadas quando nos arrumamos toda pra sair e descobrimos que você vai com a camisa de ontem e de chinelo.
Não sendo regata, pra mim ok. Ah, e se o pé estiver limpo, porque eu sou higiênica. E quem disse que a gente sempre se arruma toda?

5. Deixe para correr e tirar finas dos carros quando estiver sozinho. Nós dispensamos esse tipo de emoção.
Eu me divirto, mas se for meu pai que sabe dirigir. Não confio no resto.

6. Nós ficamos desequilibradas antes e durante a menstruação, mesmo sem motivo algum. Aprenda a conviver com isso.
Verdade. Mas além disso ficamos bem mais safadas. Aproveite-se disso.

7. Nós iremos questionar a sua masculinidade quando percebemos que você prefere assistir ao jogo ou jogar vídeo game do que transar.
Não vamos, vamos ficar com tesão reprimido, mas não vamos questionar. Pra mim tá ok se deixar eu ler na hora que eu quero.

NOTA DA CAROL: menos carência, mais amor e compreensão, porfa.

8. Você não precisa pagar a conta no primeiro encontro, mas saiba que vamos te achar mão de vaca.
Adoro comprar e pagar a cerveja, daí que ta tudo bem por mim. Assim ninguém controla o quanto to bebendo.

NOTA DA CAROL: quem pede isso não pode reclamar quando ouve que "mulher não gosta de homem, mulher gosta de dinheiro.


9. Consulte uma amiga ou um amigo gay quando for comprar um presente.
E perca toda a autenticidade. Essa regra não é coerente com a primeira.

10. Por mais desencanadas que sejamos, nós não queremos sentir o cheiro do seu pum ou o barulho do seu arroto. Principalmente dentro do carro.
Minhas amigas arrotam mais que qualquer homem, nem ligo mais. Sinal que curtiu minha comida.

11. Você fica sexy se barbeando, consertando alguma coisa, usando camiseta branca com jeans ou dirigindo.
PARA QUE SE BARBEAR, BRASIL? 

12. Se não nos sentimos amadas e valorizadas, nosso botão de “caça” é ativado automaticamente. Só leva um minuto.
Ok, e depois acha ruim que o cara diz que trai instintivamente. Botão de caça é bem humano, né?

13. Unhas compridas machucam – mantenha-as curtas.
É verdade, machuca. Mas ai vai de gosto a dor, né. Eu prefiro unhas curtas pela higiene, né.

14. Nós gostamos de mandar SMS e emails durante o dia – por favor, responda-os.
Responda se tiver com vontade, que não tem nada mais chato que se sentir obrigado. E não precisa se fofo sempre.

15. Barba começando a crescer é um tesão.
Barba sempre é um tesão. Nunca discuta isso. Quer tirar, tira, mas com é sempre melhor.

16. Você não precisa engordar, parar de usar perfume ou não fazer mais a barba depois que começamos a namorar. A concorrência é forte.
Quem inventou que fazer a barba é legal. Deixa assim, gente, tá ótimo. E se namorar comigo e não engordar nem um pouco é porque não curtiu minhas comidas e não ta acompanhando meu ritmo alcoolico, dai eu desconfio do amor. E a concorrência tá sempre ali, sorrindo, pra gente. 


NOTA DA CAROL: Pena que a concorrência é forte dos dois lados, né amiga? Não vamos usar esse argumento, afinal, a gente também pode perder.


17. Entre bombons, flores e ursinhos de pelúcia, nos dê um sapato.
NUNCA ME DÊ UM SAPATO, você não vai saber escolher! Além disso, me empreste seu tênis que eu calço 41


18. Não explique uma traição dizendo que “não teve importância”. É horrível ser traída por algo “sem importância”.
RONC. Traição não se explica, acontece.

19. Nós quase sempre sabemos quando estão mentindo – aprenda que temos um sexto sentido mais desenvolvido do que o de vocês.
Não é sexto sentido, é que homem mente mal mesmo.

20. Queremos dormir de conchinha e ganhando cafuné na cabeça.
5 minutos, depois vamos nos largar e dormir confortavelmente. E nem pense em pegar meus travesseiros todos.

21. Nós adoramos ser elogiadas. Vale qualquer coisa: da cor do esmalte ao roteiro que escolhemos para as férias.
Será? Se você ler meu artigo e não fizer uma crítica, vou duvidar que você tem lacunas epistemológicas e que não vale a pena continuar o lance.

22. Não peça para escolhermos onde vamos no primeiro encontro. Nós gostamos de ser levadas pra sair.
mentira, mentira, mentira. Primeiro encontro é no bar mais perto, para eu poder fugir com facilidade, caso seja necessário.

23. Sim, nós temos senso de direção ruim e odiamos mapas e vagas apertadas. Se ofereça para estacionar invés de ficar botando defeito.
Sou ótima com baliza, e não tenho problemas em perguntar onde estou caso eu me perca.

24. Queremos ouvir o que vocês sentem. Se esforce e fale mais.
AI surgem esses homens que falam mais que o necessário, e todo mundo reclama. 

25. E sim, nós consideramos traição qualquer coisa que você faça/pense/fale com outra que não gostaria que soubéssemos.
MENTIRA, MENTIRA! traição é outra coisa e, nos pensamentos, a gente quase nunca inclui vocês: e isso é saudável.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

se o presente for um livro...

É natal, todo mundo esquecendo o feriado religioso e lembrando de comprar e desejar presentes. Adoro essa data capitalista e um dos grandes prazeres da minha vida é presentear as pessoas. Se professora eu não fosse e dinheiro eu ganhasse, eu daria presente até pro vizinho chato, pro tio mala e pra amiga invejosa. Mas, com meu ínfimo salário, retenho-me a presentear só as pessoas que gosto muito.
Junto a isso, falava com minha querida Carol Desamélia sobre rapazes e sobre livros, sempre lembrando daquele texto breguíssimo e lindo "Namore um menino/menina que gosto de ler". Lembrei, no meio disso tudo, que todos os caras importantes da minha vida me presentearam com livro e que eu fazia o mesmo: retribuía em livro e escondido no meio deles, o amor ou carinho que eu sentia. Por um tempo eu até cansei de tanto livro que eu ganhava, mas quando a gente abre um livro e vê lá uma dedicatória, uma história inteira muda pra gente. E que tristes são os livros dados sem sequer um bilhete pra contar outro enredo junto daquele que já vem embutido naquele amontoado de papel cheiroso que é um livro...
Não posso me envolver com caras que não gostam de ler, não consigo. Mas pior que isso: não posso me apaixonar por uma pessoa para o qual eu não saberia dar um livro de presente (nem que fosse O código da Vinci). Não lido bem com quem não gosta dos livros, porque um cara desses nunca saberia gostar de mim.

Por isso que nessa data festiva, se eu puder, dou um conselho:
Comprem livros, sempre. Nunca os entreguem sem um bilhete...

E feliz Natal!

Rosa.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O problema da vergonha alheia!

Sofro de um mal que acomete a muitas pessoas sãs da sociedade contemporânea, cruel e impaciente com as diferenças: sofro, diariamente, de vergonha alheia. A vergonha alheia é um vício, um mal constante e irreparável: sem cura, a vergonha alheia só é passível de controle e tende a ser altamente contagioso, uma vez que o riso incontrolável, fruto da vergonha alheia, dissemina facilmente, especialmente em ambientes silenciosos e em situações pouco favoráveis ao humor. A vergonha alheia não escolhe etnia, sexo e idade e suas crises mais agudas, completamente involuntárias, podem ser silenciosas e não darem sinais: nem todos que sofrem de vergonha alheia apresentam, já de cara, um sarcasmo prévio.

A vergonha alheia é um mal antigo, é evidenciada já na Antiguidade Clássica, quando Platão já tinha uma tremenda vergonha alheia do Górgia: e é também a explicação para a famosa frase de Júlio César "até tu, Brutus", esta que poderia ser facilmente continuada com 'QUE VERGS, BRUTUS!' Apesar da sua ocorrências desde os mais remotos árabes, pais do conhecimento, a vergonha alheia tem ganhando notoriedade com um problema recorrente da pós-modernidade: o pseudismo! Pseudo-intelectuais; pseudo-garanhões; pseudo-sexy; pseudo-femme-fatalle; pseudo-insira aqui qualquer esteriótipo. (Pseudo: do grego, que indica falso, errôneo, para o interior paulista MARFA (MARFEITO) e para os pseudo-descolados, nada além de Ultra fake!).

Para além do pseudismo, há situações e fatores que favorecem e intensificam a vergonha alheia, entre todos os fatores, os prediletos de todos (inclusive dos pseudo-bebopracaralho) é o fator etílico: a nossa amada marvada é responsável por destruir algo que chamamos de BOM SENSO e permitir que as pessoas exibam suas opiniões e atitudes pouco coerentes e que, nós, sofredores da vergonha alheia, não tenhamos pudor em recriminá-las.

A vergonha alheia é uma doença que invade o sistema nervoso e apresenta particularidades de acordo com a situação. Explano: 
situação 1. O moço é lindo, simpático, sorridente, mãos grandes, puxando com você um papo cabeça quando faz a seguinte observação:
Borges? O nadador?
Você enche o copo, esboça um sorriso que não sai e pede licença. Vergonha alheia.

situação 2. O moço é lindo, simpático, sorridente, mãos grandes, puxando com você um papo cabeça, CONSEGUE CONVERSAR e te seduz. Você tira a roupa dele, e surge um sorriso compreensivo na sua face. Vergonha alheia.

situação 3. PUTA GALERA DESCOLADA VAMO FUMAR UM DO MAL PORQUE A GENTE É DESCOLADO E HIPPIE PRA CARALHO PORQUE EU SOU SUPER DESCOLADO SUPER MODERNO, COMO ASSIM AQUELA MENINA JÁ TA DEIXANDO ELE PASSAR A MÃO NA BUNDA DELE MAIOR BISCATE. Suas sobrancelhas franzem e você não controla: OI???
Vergonha alheia.

situação 4. GREVE IHUL, SOU SOCIALISTA, che guevara é nóis, tá ligado, sou do morro sou da galera, seu reaça filha da puta, quer uma carona no meu meriva novo, enquanto eu tiro minha camiseta furada da FORUM? É impossível resistir, enquanto sua boca emite sozinha: BELEZINTÃO, militonto.
Vergonha alheia.

situação 5. Gente, não tenho preconceito, só não quero que negros, lésbicas, gays sejam meus amigos. MAS LIBERDADE É ISSO AI, NÉ? Liberdade é você desencostar a mão do meu ombro agora e ir logo estudar.
Vergonha alheia.

situação 6. esse blog desamélia só tem biscate escrevendo, vou comentar de anônimo porque essa mulherada tem que tomar rumo, mais ai, eu super queria dar o cu, fazer menage e pegar as autoras! (hihihihihi) (a vingança nunca é plena, mas a autora é teimosa)
Vergonha alheia.

situação 7. Não seje impaciente.
Vergonha alheia.

(Nota da autora: todas as situações descritas ficam potencialmente pioradas quando a gente tem qualquer espécie de carinho pela pessoa)

Se você sofre de vergonha alheia, e tá cansada de explicar que Paulo Coelho não é bom e que, ok, regata pode ser confortável mas não é assim tão interessante, ou que é possível ser inteligente e querer ser professora, vem cá, me dá um abraço (que pedir abraço dá uma puta vergonha alheia!).

Pseudismos e alcoolismos a parte, todo mundo já causou vergonha alheia a alguém e é bem provável que você, leitor desse meu texto, tenha pulado vários parágrafos desse blog por não suportar a vergonha alheia que sentiu dessas escritoras tão pseudo-despudoradas.  Há uma única vergonha alheia intolerável é a intolerância: enquanto forem risadas as maiores repreensões sofridas, ou um sorriso sarcástico, o mundo pode ser suportado, vivido. Repreender, só com alegria. Preconceito mata, pessoal, bom humor salva!


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Só não pode ser chato

Claro que o olhar doce, o gosto para filmes e o jeito esperto de conduzir uma conversa contaram muitos pontos a favor do mais recente homem-mais-incrível-que-já-conheci, mas a tacada final (que brega!) dentre essas coisas que decidem se o rapaz fica no "é legal" ou pula para "pode bem ser o homem da minha vida" foi quando ele, despretensiosamente e sem cerimônias, pegou a garrafa de vinho pelo gargalo e virou um gole. Sem taça, sem cafungadas na rolha e sem explanações sobre origem e acompanhamentos. Ele queria beber e só tinha vinho. Não estávamos em um restaurante e nos conhecíamos há pouco tempo. Depois desse gesto - brusco, singelo, natural - retornou à conversa, sem preocupações se eu havia reparado. Natural, apenas isso. E foi nisso mesmo que eu reparei: na naturalidade.

Não venho aqui fazer um apelo à volta do macho alfa, do homem barbado e suado que só corta o cabelo no barbeiro barrigudo de toalhinha pendurada no ombro e acha que lugar de mulher é no tanque. Não. O homem incrível de quem falo assiste comédia romântica e gosta de cozinhar, sabe palavras em francês e tem camisas bonitas. Mas tem também aquilo que considero necessário para que haja encantamento de minha parte: autenticidade.

O papo aqui vai além da já batida questão "metrosexual versus macho que cospe no chão". É um apelo por menos chatice. E por chatice, digo: querer adivinhar o que as mulheres gostam e levar aquilo como regra, testando insistentemente com todas elas. Chatice do rapaz que mal me desejou bom dia e já foi contando que o sábado dele foi ótimo porque ficou a tocar músicas românticas no violão ao invés de sair com os amigos.

Errou a mão. Feio. Muitas mulheres gostam de um cara romântico, mas não quando ele precisa soltar isso aos quatro ventos a qualquer momento, no meio da conversa ou enquanto pede uma cerveja.

Muitas mulheres gostam de um homem sofisticado, que entende de vinhos, de café, de cerveja, de massas, mas quando essas informações aparecem com o tempo, e são só mais um detalhe na fórmula mágica que compõe o cara mais incrível de nossas vidas.

Aquele lance de sexto sentido é coisa nossa, lembram? Então, não adianta forçar carinhos e apelidinhos melosos ou fingir conhecimento. Para nós, vale mais aquele olhar que bambeia entre o encantado e o safado enquanto abotoamos a sandália do que mil "meu amor, minha lindinha, minha princesa".

Parece que muitos rapazes estão perdidos, afobados, ansiosos por conquistar as mulheres - essas doidas que cada vez têm menos medo de falar do que gostam. Por isso, se envolvem superficialmente com o que não conhecem, tentam fingir o que não são, falam do que não gostam, quando a regra é bem simples: sejam vocês, que o resto flui. Não tem coisa mais atraente que a autenticidade. E se o negócio do moço for mesmo falar dos bouquets do vinho, vair cair bem na hora certa, e a moça, claro, vai adorar.

***

Ou, como disse um amigo meu: "fácil era quando bastava chegar dando murro na mesa".

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A valorização do chilique: até quando?

Dias desses tava toda feliz enrolando trabalho no facebook quando vi algo parecido com "Mulheres de verdade são chatas: são delas que você vai se lembrar o resto da vida mimiblababmimizzzzzzzzz". Ri alto, e quis escrever sobre isso, mas fiquei morrendo de preguiça. Esses dias andei vendo muita amiga-conhecida-etc dando chilique e lembrei dessa imagem e ADIVINHA SE EU ACHEI? Achei nada, então vim, mesmo sem o foco imagético, lançar a opinião das desamélias sobre essa realidade.

QUEM COMEÇOU COM ESSA HISTÓRIA DE QUE É LEGAL SER CHATA? Eu não tenho a mínima dúvida que foi uma mulher - chata - tentando convencer seu namorado que é normal. Recorrente é, normal, não.  Ser chata pressupõe encher o saco e dar chilique por tudo, seja pela cerveja, seja pelo futebol, seja pela secada na bunda de vizinha. E, meus queridos, se tem uma coisa que não queremos aqui é esse tipo de mulher. É ÓBVIO que temos ciúmes e que eles às vezes nos consomem e fazem falar mais do que deveríamos (mea culpa: já chorei na webcam por uma pessoa eu sequer conhecia), mas a questão é: TEMOS VERGONHA DISSO. Não do nosso sentimento, que mesmo que dure duas semanas é sincero, mas de nos expormos e atrapalharmos a vida das pessoas normais. 

E, mulheres, não se iludam. É claro que os caras vão te esquecer se você for chata. E, se não esquecerem, é porque comparam com aquela pessoa legal, que tem noção que indívíduos são pessoas separadas e que relacionamento não inclui fusão de personalidade. Deixa o moço olhar a bunda da moça em paz e vamos olhar também que é uma delícia, ta?

Por fim, que fique bem claro: ainda que tenha sido uma imagem sexista dando a entender que afinal só mulheres são chatas (e, portanto, inesquecíveis), o contrário é mais que válido: NÃO VAMOS lembrar com saudade da sua repressão as nossas microssaias, e, menos ainda, quando você puxou briga com o cara que nos chavecou no bar. Isso é feio, mocinho, isso não é demonstração de afeto. Pelo menos não para nós. Antes de achar ruim o tamanho da minha saia, invente mil maneiras de tirá-la que eu ficarei mais feliz.

E se você foi chato semana passada, carente anteontem e meio mal educada nesse almoço de hoje, tudo bem. Somos humanos, mas... Não se vanglorie por isso.

Beijos vermelhos,

Rosa.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"Ai se fosse o meu": discussões sobre o sexo anal


Hoje vamos falar de um assunto polêmico: o seu, o meu e o nosso amado ânus, tão vangloriado em ofensas e pouco respeitado no dia-a-dia, o vulgo cuzinho, pisca (hehe) constantemente entre a tara masculina mais recorrente. Ou, aparentemente recorrente. Junto com sexo à três com duas mulheres, o sexo anal figura como uma das taras mais citadas pelo universo masculino quando se trata de sexo heterossexual (hoje, os homossexuais ficarão de lado, já que eles têm muita vantagem nesse caso, e vamos tratar de minorias).

Partindo do pressuposto que o sexo anal era unanimidade entre homens, fui à caça de depoimentos e qual não é a minha surpresa quando 3 dos 7 amigos entrevistados não gostam, enquanto mais 2 são indiferentes, 1 gosta e outro venera. Ok, a amostra não é muito grande, mas eu também não tenho cara de censo 2011 e me resumi a fazer um levantamento sucinto. Pensei em trazer os depoimentos na íntegra, mas achei que não ia ficar coeso, então vou livremente parafrasear as opiniões dadas. 

Ainda que com esforço, exceto pela questão dimensional ("cu é apertadim"), não há qualquer outro motivo explícito e explicável para essa tara. (Aguardo considerações nos comentários). Curioso é que o cu figura como uma espécie de prêmio entre as mulheres e mito entre os homens ("Só vou dar quando tiver casada e em crise, pra salvar o casamento"); ("só darei prum cara especial"); ("ainda não tentei comer, porque não temos nada sério"). Apesar dessa áurea de prêmio que o sexo anal tem, muitos dos depoimentos femininos colhidos dizem que não tem problemas nenhum com o sexo anal e que, inclusive, sentem muito prazer, mas que é preciso, de fato, superar a dor, muito além do impasse moralista.

Mas quem não se lembra da aula de sexo anal fornecida pelo SBT há uns bons anos? Quem não lembra, eu refresco a memória: AI, QUE SUSTO.

Essa aula, além de toda a performance engraçadíssima, carrega um conceito fundamental quando falamos de sexo anal. Meninos, muito amor nessa hora, porque dói. E isso é unanimidade, então, escutemos a dica da nossa amada sexóloga, e sempre pensando "Ai se fosse o meu".

Um dos melhores depoimentos colhidos falou da questão PLUFT. Explico: o escorregão forjadamente (ou não) espontâneo que resulta em uma primeira experiência. Pasmem: não é conversa, o pluft acontece mais recorrentemente do que imaginamos. Mas, para o pluft ocorrer, precisamos estar mais relaxados do que nunca, e aí vai a dica duma amiga que, ó, arrasa nesse quesito:

a amiga diz que o grande segredo é deixar a mulher bastante relaxada (e o que é que relaxa a gente, hein, hein?) e depois o pluft ocorre necessariamente. O sexo anal, ainda que não permita que a mulher goze (classicamente falando) pode ser muito agradável, afinal, terminação nervosa é o que não falta lá, né, Brasil.




Outro ponto curioso é a questão do desejo: mais de uma das entrevistadas disse que gosta que o cara queira, ainda que não vá, necessariamente, dar. (mulheres, quem entende!) E todas elas afirmaram ter muito prazer com a preparação do terreno que não inclui, obrigatoriamente, penetração.

E a chuca? prática recorrente entre as amigue homossexuais, não acontece com frequência com as mulheres que, muitas vezes, são pegas pelo pluft de surpresa. Então, meninos, estejam sempre preparados: todo mundo tem que pagar o que apronta nessa vida e o cu pode ser sempre uma caixinha de surpresas!

Voltamos à polêmica: desde a antiguidade clássica ( e desde antes dela, certamente) o sexo anal é recorrente. Quem nunca ouviu da vó loucona da amiga que o sexo anal era a maneira mais inteligente e prazerosa de manter-se virgem? Pois bem, a prática é antiga, mas o tabu continua, inexplicavelmente. E, por mais curioso que seja, "Vai tomar no seu cu" ainda é ofensa mundo à fora.

Meninos, meninas, vamos todos relaxar. Pede quem quer, dá quem tem vontade, mas longe das amarras do moralismo. Quem fugir porque o moço é perna-de-mesa a gente perdoa, mas porque ali não é o lugar anatomicamente adequado, aaah, isso não é desculpa.

Caros leitores, se vocês querem convencer alguém, fica a dica musical, do lindo delicioso e rockmente persuasivo, Paulão:


É isso ai, pessoal. Usem camisinha e, qualquer dúvida, crítica, sugestão, convite: escrevam-nos.

Beijos gregos,

Desamélias.

Dica de leitura: "História do Olho", de Georges Bataille.


sábado, 5 de novembro de 2011

Colírio Nerd cinematográfico; westerns delícia

E nesse sábado lindo de tpm, venho cumprir o pedido de uma leitora querida, fazer um colírio nerd do delícia do Clint Eastwood. Não que a sugestão não seja magnífica, mas é que essa semana, um outro colírio (menos colírio, mais nerd, mas é dai que vem todo o charme) faz aniversário. Um gênio do cinema, o delícia Charles Bulldog Bronson! Então, vamos fazer um colírio nerd duplo, VEM GENTE!


Definitivamente: não se fazem mais homens como Clint Eastwood! Um homem que ganha 4 óscares (gente, adorei o plurar de Oscar), ator, produtor, diretor e gato. Gato até assim:



Mimimi estético à parte, Clint foi o HOMEM da trilogia dos Dólares do Leone (e quem não sabe do que tô falando, corre lá no google que vale muito à pena descobrir!). 
Pesquisando a filmografia dele, encontrei uma citação genial do Leone sobre ele:
"Eu gosto do Clint Eastwood porque ele tem somente duas expressões faciais. Uma com o chapéu e outra sem ele."  Isto é, caríssimos, um homem de verdade: diz tudo que tem pra dizer com duas expressões. Aí sim, né?



Já que eu não levo jeito pra wikipedia, não vou ficar falando de todos os filmes do wowo, vou para as partes mais quentes e tentadoras do nosso colírio. Pergunto:
Que mulher em sã consciência resistiria a:
- um galã, ator, diretor, produtor,  cantor, político (que votou no Arnoldão!) E muso-inspirador do Stephen King;
- Muso-inspirador de uma música do Van Halen;
- Diretor do Mystic River (ok, mimimiblablabla tem outros filmes geniais, mas eu sou a pessoa autoritária que escreve esse post, logo, falo o que eu quiser. hahah Brincaeira, sugestões e comentários são bem vindos).
- pai de 7 filhos com 5 mulheres diferentes: HAJA FÔLEGO!

Hollywood não é só, portanto, uma fábrica de rostinhos bonitos e pouco sensuais (Leonardo di Caprio e cia limitada!) apesar de parecer. Já houve (o passado cabe bem aqui), muito homem muito macho. E aí que o Clint sai um pouco de cena e entra o nosso já póstumo aniversariante:  Bronson.
Bronson não era bonito, ok. Bronson não era exatamente atraente, Bronson não era um galã. Mas Bronson era homem de verdade, MUITO, MUITO MAIS QUE CHUCK NORRIS. (E até minha mãe acha!). Bronson povoará eternamente o imaginário feminino, não importa de que época (né, mãe!?)


Eu poderia pedir pro meu querido Caio falar um pouco sobre Westerns para explicar o tesão irreparável que o Bronson é, mas vou simplificar em uma frase: ERA UMA VEZ NO OESTE. Tá bom ou quer mais? Um dos melhores filmes do mundo, e quem é a máquina de testosterona que o move?

Se eu ficar falando mais e mais, ninguém vai ler o post que vai ficar longo. aquilo sim é que era homem é o pensamento que povoa quando pensamos nos nossos colírios. Não abandonem os westerns, mulheres, é um dos gêneros mais legais do universo cinematográfico: convençam-se também.

Pistoleiros, no fundo, a gente ama vocês...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

o último fora da Desamélia nerd

Você vai lá e fala mal do moço. Mas ele é feio? Não, é lindo! Mas ele é chato? Não, até que é bonzinho. Mas ele é idiota? Não, é de boa. É machista? Não.

Por que mesmo que você não o quer?

Ah. Ele tem graves lacunas epistemológicas...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Nem que caia, nem que esvaia

Um querido leitor anônimo sugeriu: "vocês poderiam fazer uma enquete, ou simplesmente responder: o que é pior na hora H, o rapaz brochar ou ejacular precocemente?". Hm. Assunto interessante, que nos coloca em saias justas, nos garante risadas e também - por que não? - cumplicidade com o rapaz. Então juntamos a mulherada e mandamos a pergunta "O que é pior: broxada ou ejaculação precoce?" e olha só:

É pior a ejaculação precoce, porque broxar é uma coisa que não significa que a pessoa é de fato ruim, depende de inúmeros fatores, trabalho, cansaço, sabe. A ejaculação precoce, ah. O cara é babaca.

Nunca nenhum cara broxou comigo [sério], então não sei como seria. Imaginando, acho que ejaculação precoce, porque a coisa já começou e acaba antes de terminar!

Broxada. Porque se o cara broxa você nem consegue começar nada... fica aquele climão... tem que arrumar outra coisa pra fazer. Se ele tem uma ejaculação precoce pelo menos começou... você pode dar outro jeito de acabar... falar pra ele tentar de novo, não sei.

Acho que broxar é infinitamente pior. Antes metade do que nada!

Alguns caras quando são precoce são uma benção, né? Porque às vezes o cara é tão ruim, mas tão ruim que tudo o que você quer é que acabe logo. Mas o broxa, não tem jeito. É ruim, é desagradável, parece que a culpada é você por não ter um corpo de modelo, por não ter um cabelo maravilhoso (será que estou muito gorda? será que estou com bafo?) ou por sei lá, ser você mesma. Mas o mais importante é: a gente não sabe como reagir, como se comportar. Quando o cara broxa fica a impressão que a culpada é mesmo a mulher. Já o precoce, não. Ele é o culpado da situação e, ainda bem que foi rápido, né? Porque você nunca mais irá falar com ele! Mas quando o cara é broxa sentimos... pena.

Acho que broxar, porque você não perde a melhor parte, por nem ter começado... Por mais que também seja frustrante!

Acho que broxar é pior que ejaculação precoce. Sei lá, quando o cara broxa (por mais que não tenha exatamente a ver com a menina, ou por mais que ele diga isso) a menina fica com uma impressão (mínima, que for) de que o problema é com ela, que não rola tesão, ou qualquer coisa do tipo. E, depois de broxar, acho que o cara deve ficar sob tensão e se sentir meio na obrigação de conseguir da próxima - o que pode tornar a próxima vez muito menos natural e bacana. Quando o problema é ejaculação precoce, acho que a próxima vez não é tão tensa e o cara pode compensar mais facilmente depois...

Ejaculação precoce é pior, é estragar totalmente a brincadeira. Na broxada você cria até uma simpatia, é uma coisa que pode acontecer e defitivamente o cara estará se sentindo pior do que você.

Eu não acho que a questão seja broxar ou colocougozoucabou, mas como o cara reage diante disso e como ele garante a segunda parte. Afinal, se a segunda valer por duas, a gente perdoa a primeira péssima impressão.


Eu prefiro que goze rápido: pelo menos eu vou achar que sou muito muito muito gostosa e não broxante.

Sem dúvida, uma broxada é bem pior. Porque antes brincar um pouquinho do que nem começar a brincadeira, não é? Se a rapidinha é muito rápida e não dá tempo pra você, há sempre a possibilidade de continuar sozinha e o cara ainda se animar para um segundo round e terminar o serviço com você, aí, vira quase que um sexo tântrico, rsrs. Tá, mas tudo bem que em certos casos não dá pra contar com essa sorte. Mas você pode ainda guardar a energia para a próxima. Sei lá. A broxada é frustrante demais e ainda, para algumas pessoas, tem aquela parte de TER de consolar o homem. Aff. Horrível.

BROXADA, sem dúvidas...

Acho terrível quando o cara acaba muito rápido. Sei lidar com a broxada e sei que, se tiver tempo, dá pra tentar de novo dali uns minutos. Mas a rapidinha não! É frustrante, por mais que tenha suas explicações. Fica aquela sensação de que ele só estava pensando nele, por mais que não seja bem assim.

Bem, aqui vai minha difícil resposta, porque né: acho pior a broxada, porque mesmo que o rapazinho tenha sido rápido demais, seu tesão ainda tá lá e você ainda quer "ser feliz" também. Já na broxada...no meu caso broxo junto total.


Na minha opinião é broxada, mas isso deixa explícito um certo grau machista em mim, eu acho, porque mostra que eu prefiro fazer sexo sem qualidade do que não fazer...mostra que eu me satisfaço com o cara se satisfazendo. Na verdade, a diferença é que na broxada você se sente feia as vezes, mas não deve porque é o cara que tava sem cabeça pra aquilo. Ele te escolheu, te chamou pra aquilo, ou seja, não é porque você é feia, é porque ele na hora pensou em algo que fez ele mudar a motivação. Mas se ele broxa ninguém faz sexo, e se ele ejacula precocemente, só ele faz sexo. De qualquer forma a mulher não tá satisfeita.


Então, lindinhos, sacaram, né? A maioria delas - pelos menos essas daqui - não suportam a broxada. É difícil lidar, é chato, mexe com a auto-estima e o pior: sabemos que vocês também ficam numa bad, meio assim, sem reação, e isso gera um climinha bem desagradável se a intimidade não é suficiente para contornar a situação. Mas acontece, já aconteceu, vai acontecer. E se faltou clima para rir na hora, vamos rir aqui com o gracinha do Luís Fernando Veríssimo, que dá uma boa de uma sugestão para dar jeito na broxada, além de aliviar o lado de vocês com muito bom-humor, olhaí:

Negar fogo é humano. Antes de pensar em atirar-se pela janela, examine a situação. Certifique-se de que não existe uma causa psicossomática para o seu fracasso, como a política econômica do governo ou o fato de a sua mulher ou namorada ter aderido ao halterofilismo. Pode não ser culpa sua, ou do seu tecido eréctil. Lembre-se de que existem várias situações em que negar fogo não só é aceitável como até recomendável. Eis algumas:

* Vocês namoram há pouco tempo. É a primeira vez que vão para a cama. Você acaba de tirar a calcinha dela. Descobre que ela tem “Wando” tatuado numa nádega.

* Ela convidou você para o seu apartamento e o recebe completamente nua mas com um quepe da Gestapo na cabeça e uma coqueleteira de metal numa mão. Depois você descobre que não é uma coqueleteira, é um triturador portátil.

* Você introduziu sua mão sob a blusa dela e sente o mamilo quente crescer contra sua palma. Ela beija seu pescoço, depois lambe atrás da sua orelha, finalmente encosta os lábios úmidos na sua orelha e diz:
- Gostas do Paulo Coelho?

* A porta do quarto se abre e uma senhora gorda de chambre entra arrastando os chinelos e diz:
- Não parem, não parem, eu só vim pegar uma lixa no banheiro.

* Quando chega ao orgasmo, ela começa a bater nos seus rins com os calcanhares e a gritar os nomes dos faraós do Antigo Egito.

* Vocês decidiram transar num lugar diferente: na praia, sob as estrelas. Tiraram toda a roupa, correram pela beira do mar de mãos dadas sentindo a brisa salgada no corpo todo. Agora rolam às gargalhadas pela areia até caírem numa trincheira cheia de soldados camuflados e serem informados de que estão no meio de manobra militar, e é para não fazerem barulho senão vão denunciar sua posição ao inimigo, que observa tudo o que se passa na praia com binóculos infravermelhos.

Às vezes negar fogo tem as mesmas causas do motor afogado. Do motor que não funciona não por falta de combustível, mas por excesso. Isto é: você está tão a fim, tão a fim que não consegue. É um motivo perfeitamente respeitável que não deve afligir ninguém, embora seja o mais frustrante. Sua causa é o perfeccionismo. Você finalmente vai fazer amor com a mulher dos seus sonhos. Um ideal que você persegue há anos, ou alguma beldade famosa que por umas horas dessas dádivas da providência cruzou olhar com o seu e disse com o olhar que sim. E agora você está prestes a possuí-la. Tudo tem que ser perfeito. Esta é a transa com que você se consolará nos anos do seu declínio, quando sua única zona erógena será sua memória. É a transa que você contará para os netos.

A mulher dos seus sonhos já está na cama. A cama é perfeita. A iluminação é perfeita. A temperatura é perfeita. A umidade relativa do ar, os índices médios da bolsa, a colocação do Botafogo no campeonato, tudo. Só falta uma coisa. Seu tecido eréctil está fazendo que não é com ele.

A mulher da cama pergunta por que você está assoviando. Você diz que é de contente. Ela pergunta por que você não vai para a cama. Você diz “você notou a vista daqui?”, e dirige-se para a janela. Você se atira pela janela, para ganhar tempo.


Fazendo esse post, surgiram as dúvidas: é broxada ou brochada? E qual o termo divertido para ejaculação precoce? Juro que fiquei confusa.

E sim, o título genial foi ideia da Rosa. (:

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Me digas quando nasceste e te direi quem és...

"Quando eu era mais nova, adorava ler coisas sobre os astros. Não sobre a Britney Spears, mas sobre astrologia (o resto do meu tempo eu gastava lendo sobre os Backstreet Boys). E eu era extremista, dogmática. Por isso não reclamo quando um evangélico tenta me convencer que o sangue de Cristo tem poder. Eu falava horas e horas sobre a influência de Júpiter na nossa personalidade.

Hoje as coisas mudaram. Sou agnóstica - estou sempre em cima do muro – e não sou totalmente cega quando o assunto é astrologia. Isso acontece porque para a astrologia fazer sentido, há muitas contas e cálculos a serem feitos e hoje faço faculdade de humanas. Mas nada disso me impede ficar sempre com um pé atrás quando conheço um leonino ou um canceriano.

Acontece que esse post será diferente. Não irei falar sobre como um arietino gosta de tomar a iniciativa (sim, ariano é gente branca que Hitler gostava, arietino é quem nasceu sob o sol na casa um). Não. Irei falar sobre outra coisa. Quando você nasceu, não será o assunto dessa lista. Mas sim de quando seus pais te geraram.

Áries – Você foi gerado em julho. Ou seja, seus pais só estavam um dia tentando se aquecer, por isso você é assim, tão nervosinho. Ninguém achou que aquela noite fria iria dar tanto trabalho depois.

Touro
– Agosto é conhecido como o mês do azar. E advinha o que aconteceu com os seus pais? Sua mãe ficou grávida. Assim, você vive teimando que não é um medalhão de má sorte ambulante.

Gêmeos – No mês das flores, do amor, do início da primavera seus pais olharam um para o outro e viram o quanto se amavam. Por isso você é tão alegrinho e bobo. Além de ser super mente aberta – leia-se meio viado. (Sim, sou geminiana).

Câncer – Oktober Fest, dia das crianças, feriado prolongado. Na realidade seus pais estavam bêbados sem saber o que estavam fazendo. Assim, você precisa acreditar que eles se amam, que não foi tudo conseqüência de um final de semana regado a cerveja na praia.

Leão - Você é tão mal humorado porque foi concebido no dia dos mortos. Nada mais a declarar. (sim, eu tenho medo de leoninos)

Virgem - Em pleno Natal, aqueles sem vergonha não respeitaram a ordem das festas e foram direto para a comemoração. Alguém na sua família tem que mostrar um mínimo de seriedade e sobriedade, certo?

Libra – Você é meio gay porque nasceu no mês das flores e foi gerado em pleno verão. Quer mais desculpa para ser todo fresco?

Escorpião - Com seu pai vestido de travesti e de batom, sua mãe toda colorida e maquiada de sainha curtinha numa festa open bar em pleno carnaval. Não é de surpreender que você seja meio assim, vingativo. Além de só pensar em sexo, claro.

Sagitário - E são as águas de março fechando o verão. Sem ter muito que se fazer, seus pais estavam em casa, molhadinhos. Se eu fosse você, também não gostaria de ficar muito em casa não.

Capricórnio – Páscoa. Sem comer carne, advinha o que seus pais (aqueles safadinhos) fizeram? Por isso você é assim, todo caladão. Vergonha, né?

Aquário
– Realmente, numa família em que se comemora o dia das mães tentando fazer outra, as pessoas são assim, para frentex. E com esse amor louco dos seus pais, tem que se ater ao computador, à internet, a motor de carro...

Peixes – Quando alguém te zoar dizendo que você é meio romântico, meio avoado, meio gay, replique: você foi a conseqüência do dia mais romântico do ano: o dos namorados. Em pleno inverno, seu pai foi todo amoroso com a mamãe, levou chocolate, um vinho (para aquecê-la no inverno) e... É você é fruto de um amor capitalista. Mas não fique triste e pensativo, ok?

Gostaria de salientar que eu tenho amigos de todos os signos e amo muito todos eles. Mas isso é só uma brincadeira que veio na minha cabeça conversando com a Carol (escorpião e o carnaval) e o Vinho (sobre o porquê há muitas pessoas nascidas em setembro). Só isso.

ps: Escrevi pouca coisa sobre Leão pois terei medo das reações vindouras..."


Esse texto é da Deborah, e eu achei tão legal, e tava lá, perdido nos arquivos, que pedi para ressuscitá-lo aqui. (:

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Até que a vida nos separe

Traição e fidelidade têm sido assuntos recorrentes entre eu e meus amigos, e numa dessas conversas, um deles mandou: “se um dia eu trair a minha namorada, ninguém vai ficar sabendo, nem vocês, porque eu não namoro uma idiota e ela não vai se passar por tonta na frente de ninguém”.

Em outra conversa, a história era a seguinte: a garota foi passar uns dias com a família numa cidadezinha do interior. O namorado, que estava trabalhando, chegaria dias depois. Aconteceu de ela ir em uma festa e ficar com um rapaz um dia antes da chegada do amado. A moça tinha amigos na cidade, que viram tudo. Ele, o namorado traído, não conhecia ninguém por lá. Poderia ficar por isso mesmo: foi um lapso, ele nunca saberia. Mas antes que ele entrasse no ônibus para ir vê-la, ela ligou e falou para ele não ir. Contou tudo, porque não queria que ele fizesse o papel do corno na frente dos amigos. Terminaram e ela chorou por três dias.

De todas as conversas que tenho tido com esses meus amigos, sempre chegamos à mesma conclusão: é difícil ser fiel.

E isso não é só opinião nossa, não. A revista VIP desse mês traz uma pesquisa que aponta: 73% dos homens e 64% das mulheres admitem já ter traído pelo menos uma vez na vida.

Eu acho que em um mundo onde a maior parte das pessoas assume a traição, o que realmente importa é a forma como ela se dá. Se foi apenas um deslize, pode ser perdoado. E pode também ficar guardada, caso não prejudique a imagem e os sentimentos da pessoa traída. Eu já falei disso em outro post. Para mim o limite entre a traição aceitável e aquela que pode pôr fim a um relacionamento é a lealdade.

Na matéria da revista VIP, algumas pessoas disseram que a traição ajuda a manter o relacionamento: busca-se fora de casa o que já não se tem lá dentro.

Eu não sei se é minha forma intensa de ver as coisas, ou se eu ainda vivi muito pouco, mas para mim, buscar em outras pessoas o que não se encontra naquela que está ao nosso lado é covardia.

É medo de terminar de vez, e buscar tudo novo, e viver coisas novas por completo: manter o que já se tem é mais fácil. E mais cômodo.

E isso, quando vira um hábito, foge daquilo que, na minha concepção de relacionamento, é o correto: namoro é parceria, companheirismo, os dois juntos. Quando um dos dois foge do compasso, por que continuar?

A pessoa que está ao meu lado pode ter mil motivos que me prendam a ela, mas se eu tiver um motivo para buscar algo em outro alguém, a coisa desandou.

Penso ainda que esse “buscar em outro alguém o que não tenho com meu parceiro” acontece porque, além de não sabermos lidar com fidelidade, também não sabemos lidar com uma outra coisinha um tanto dolorosa: o fato de que relacionamentos, às vezes, têm prazo de validade.

A gente ainda tem mania do “para sempre”, e por isso vai aceitando o mais ou menos. Às vezes, aceita traição. Muitas vezes, aceita incompletude.

Eu concordo com os amigos citados lá em cima: o mais importante é preservar a pessoa que está ao meu lado. Quando isso já não faz mais diferença, quando eu traio sem me preocupar com o outro, quando vira rotina, quando os amigos sabem e ele não, tem alguma coisa errada. É sinal de que alguma coisa entre nós se perdeu. E por mais que ele não fique sabendo dos meus erros, quem não está sabendo que as coisas já acabaram provavelmente sou eu.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

É, mas tem que surpreender...


Há tempos venho notando o quanto eu me apego a coisas muito sutis para me apaixonar, me encantar ou mesmo ficar com vontade de alguém. Essas tais pequenas coisas são as mesmas que despertam um desejo muito louco de ser amiga de uma pessoa: pode ser até o jeito descontraído que ela contou uma história triste. Mas é que não se torna amigo por pouco, mas é por muito pouco que às vezes nos envolvemos com as pessoas. Ele é bonito e inteligente, tudo bem, mas é aquela beleza e inteligência óbvias desde que você olhou pra ele. Ela é meio piradona, descontraída. Aham, mas é piradona e descontraída até demais, em horas impróprias. Eu gosto é de gente que é muita gente, gente que surpreende o tempo todo e que você não cansa de descobrir coisa nova. Faz um tempo que ninguém me surpreende, e eu confesso a vocês que nem mantenho minha expectativa assim tão alta. Às vezes, um comentário outro faz a gente se enganar e dizer: tai, esse é diferente. Mas nem é. Olho em volta de mim, quanta gente surpreendente eu conheço e que bom que são meus amigos. V. é tímida que dói, fica vermelha cada cinco minutos, mas com um bom papo você suga dela os comentários mais maliciosos possíveis, sem contar que, no fundo, é uma latinista que faz contas super bem. A. é retraído, meio gênio humanista que se isola do mundo, mas esconde dentro dele a pessoa mais solidária e generosa que eu conheço, capaz de ajudar qualquer pessoa, o tempo todo. E bebe, e nem filosofa tanto assim alcoolizado. C. é o tipo gostosa, quem a vê na mesa romana da academia não acredita que ela chega em casa e coloca os dedos pra funcionar no pc escrevendo as coisas mais legais que eu leio por aí. E o moço que ela conhece? Diz que joga basquete profissionalmente e sabe tudo de cinema. Quisera eu que as pessoas que eu conhecesse agora seguissem esse padrão, mas não. As pessoas andam sendo exatamente aquilo que elas aparentam ser, sem dubiedade, sem ambivalência, sem paradoxos. Sem surpresas. Não to falando que eu espero flores numa tarde chuvosa de trabalho, nem esses clichês conhecidos que a gente, no fundo, gosta e se surpreende. Eu to falando do moço antipático da festa, mas que cuidou de todas as suas amigas bêbadas. Do nerd que toma sempre um porre comigo, falando de American Pie. Do loucão que chora em comédia romântica e confessa que ama musicais. Do solteiro convicto capaz de fofuras, e de admitir que às vezes gosta (ainda que mais do que queria). Do engenheiro que te recomendou o melhor filme da sua vida. Do tipão que odeia vida acadêmica, mas adora poesia. Essas pessoas existem, mas parece que cada vez menos. Ainda mais na academia (não a de malhar, a intelectual mesmo) onde as pessoas assumem que são especialistas em uma área e não podem, portanto, perder a pose. Ou que são engenheiros e não podem fugir do esteriótipo e, quando acham que fogem, é porque fumam maconha e escutam Los Hermanos. Ser mais de um é mais que isso. E que mundo chato é esse que tem uma cara só e que nunca assusta a gente quando a gente vai mais fundo...

domingo, 9 de outubro de 2011

Steve Jobs, o poder digital

ôôôôÔôô Colírio nerd voltôôÔ

Caríssimos,

tô sabendo que acham que a gente não vale uma biriba usada, então não vamos nem fazer as devidas vênias quanto à questão moral de trazer pro Colírio Nerd um muso recém-falecido. Steve Jobs (que eu não ia falar nada mas tem ascendência árabe, o que justifica toda a sensualidade) foi um homem muito único e temos milhões de razões para acreditar nisso. 
Eu vou pular mimimiapple que todo mundo sabe e vou contar O PORQUÊ de Steve blowJobs ser o queridinho das Desamélias. Primeiro porque o rapaz tinha estilo:

Mas isso é fácil...

Agora me responda sem pestanejar: quantas pessoas vocês conhecem que foram responsáveis pelo aperfeiçoamento do ATARI? Hã? Hã? (E se você ai não sabe o que é um atari, duas opções: você tem menos de 18 anos, então saia desse blog; você é um panaca, pesquise no google).
Quantas pessoas você conhece que tem uma maçãzinha mordida de logotipo da empresa e mesmo assim não têm a sexualidade discutida?
Prossigo: quantas pessoas você conhece, além do Doug, que usam a mesma roupa em todas as ocasiões e NINGUÉM RECLAMA?



Não bastasse tudo isso, Steve Jobs é o tipo de cara que funda a Apple, a Pixar tendo se autodeclarado, no auge dos anos oitenta, um monge budista. (se ele soubesse que ia ficar careca não teria raspado a cabeça tão cedo). É, gente, outrora monge, hoje um dos maiores patrimônios do mundo. Não é um paradoxo sexy e genial?

É claro que Steve, Tetê para a gente, tinha um poder caríssimo e fundamental para nós mulheres, razão pela qual ele veio direto para o nosso colírio nerd: o poder digital. 

Queridos, que mulher não quer ir pra cama com o maior conhecedor de digitalidades e super maroto no tal do touchscreen? Que pena que perdemos a chance...


Boa semana, e estudem bastante para garantir o sexy-appeal!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Vamos desameliar...

Queridos,

o Desamélias, entre trancos e barrancos, entre provas de mestrado, fins de namoro e novos empregos, vem sobrevivendo há mais de um ano e uma das maiores alegrias que eu sinto (entre estudar literatura e beber uma cerveja) é quando as pessoas vêm me falar de algum texto. Eu e Carol (A Keissy anda sumida, mas estou certa que ela partilha disso) fazemos esse blog com muito prazer e com muito respeito. Mas, ultimamente, comentários com ofensas pessoais de baixíssimo calão vem sendo feitos e chegou a hora de explicar qualéqueé a nossa.

Aceitamos críticas, todas possíveis, contanto que elas sejam repletas de respeito. Afinal, aqui ninguém desrespeita ninguém e eu só mando tomar no cu, assim diretamente, gente preconceituosa.
Ok, a gente mexe com tabus, com temas polêmicos e, pior, somos mulheres fazendo isso. Mas, caramba, galera. Em que ano a gente tá? 
A minha pergunta é: se a gente não tortura ninguém pra ler nosso texto, se a gente não paga, se a gente não impõe, por que alguém que (conforme comentários) nos acha asquerosas, insiste em ler TUDO o que a gente escreve? Não tenho ideia.

Outra coisa, minha gente, tem como parar de confundir texto com vida pessoal? Se eu escrevo sobre swing, eu não faço necessariamente, simplesmente acho algo válido, para quem tá querendo, oras. Se eu falo sobre homossexualidade, sobre sexo selvagem, sobre sadomasoquismo é apenas porque EU NÃO VEJO PROBLEMA NISSO, não importa se eu pratico ou não. Pensamos nesse blog para quebrar o preconceito, discutir assuntos pouco discutidos ou não suficientemente discutidos, e não para desabafar para vocês o que fizemos na noite de ontem. Então, caríssimos anônimos, se vocês não conseguem discernir factual de ficional, vão ler O código da Vinci, ok?

Enfim, os comentários agora precisarão de nossa aprovação para serem publicados. É triste, eu sei, mas eu não sou obrigada a aguentar tantas ofensas, porque pessoas que eu gosto e respeito leem esse blog, inclusive minha família (beijo, pai; beijo, mãe!). Claro que não vamos bloquear os anônimos de vez porque muitos deles fazem comentários valiosíssimos, enriquecem nosso post com experiência pessoal e seria injusto obrigá-los a se identificarem.

Desse modo, desculpa para quem quem perdeu tempo lendo isso sendo que não havia necessidade. 
Pessoal, vamos dar um stop nesse machismo todo, hein? Todo mundo pode discutir o que quiser. Somos mulheres bem resolvidas o suficiente para falar sobre qualquer assunto. Sabe, às vezes a gente acha que os conservadores insistem em comentar por medo que a gente desamelie o mundo.  Mas o movimento não vai parar...

Inspirada pela Natália, uma grande desamélia que também ficou revoltada com tudo isso (cito: No espírito de tudo isso, queria dizer, mulheres, por favor, não basta fazer, vamos falar de sexo publicamente (porque entre quatro paredes até minha tia avó fala), e quem sabe assim não mudamos um pouco as coisas) trago a nossa musa Vani:



No fundo, no fundo, essa revolta é um tremendo elogio. Porque desamélia que é desamélia causa furor.

Beijos pra todos, menos pros machistas,


Rosa e Carol.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Amor leviano

Você conhece uma pessoa interessante, vocês se beijam e se divertem. Trocam telefone e ela liga no dia seguinte. Saem juntos. Um dia, acabam dormindo juntos. No outro, passam a tarde no MSN falando sobre música e cinema.

Você começa a gostar do jeito dela e de certa forma deixa isso escapar: num sorriso ou sms carinhoso. Então, a pessoa legal, divertida, bonita e que combina tanto com você faz o que? Some.

Você liga, ela atende e dá uma desculpa para não te ver (dor de cabeça, os estudos, o trabalho, o aniversário do melhor amigo). Você, paciente e iludido, acredita e espera.

Pois é. A frase está pregada em salões de cabeleireiro, escritórios de advocacia, mural de facebook e Orkut e a gente não aprende: quem quer arruma um jeito; quem não quer, uma desculpa.

Se ela quisesse, iria te considerar uma boa opção para curar a dor de cabeça, o estresse do trabalho, iria deixar os estudos para mais tarde e te convidar para a festa do melhor amigo.

Difícil, mas quanto mais cedo a gente entende isso, melhor: as pessoas as vezes não nos querem para sempre.

Ok, todos temos o direito de amar e desamar, de gostar ou não, mas então porque ela dava pistas de que seria para sempre, ou pelo menos por um bom tempo? Por que sorriu de volta quando você sorriu? Por que fez carinho, mandou sms, pediu colo, dormiu junto e fez essas coisas todas que confundem a gente?

Simples: porque nós, todos nós, em porcentagens diferentes, somos um tanto carentes e outro tanto egoístas. E quando precisamos de carinho e atenção e aparece alguém que tem isso a oferecer e se encaixa nas nossas exigências, por que dizer não?

Mas daí chega uma hora que soa aquele alarme: isso está virando compromisso. E quem está pronto assume, mas quem não está, some. Pode rolar conversa sincera? Pode. Mas vai rolar? Nem sempre, porque somos imaturos, porque tendemos a escolher o caminho mais fácil e porque não temos certeza de que a outra pessoa está levando a sério a ponto de querer ouvir uma conversa sobre o fim de algo que mal começou.

Soa leviano? Meu bem, a vida é leviana. Impossível cobrar dos outros aquilo que temos a oferecer: as pessoas são diferentes.

Algumas pessoas estão dispostas a se entregar por tempo indeterminado, outras não.

O importante, então, é que seja por completo. Mesmo que dure uma noite.