quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Elas e o pornô

Um leitor lançou a ideia e nós topamos: dar a nossa opinião sobre os filmes pornô. E fomos além: chamamos mais três meninas para contarem suas experiências sobre o assunto. Ellien, Gisela e Thayara curtiram a ideia e o resultado tá aí embaixo. Quem falou o quê fica por conta da imaginação de vocês. São opiniões distintas, mas uma coisa é consenso: mulher gosta de sensualidade. E tem mais: foi Emmanuelle, a diva, quem nos iniciou.


mas pornográfico é pornográfico e erótico é erótico

Quando era adolescente esperava os sábados à noite ao lado do meu irmão para assistir ao cine privê.
Era engraçado e aproveitávamos para conhecer os nossos corpos, potencialidades. O perigo era dormir com a TV ligada e o pai pegar na surdina da noite.
Mas depois da maçante sessão de Emmanuelle cansei de ver só o corpo das mulheres. Já estava crescendo e queria saber mais sobre o corpo dos homens também. Passada a euforia adolescente, abandonei o cine privê pelas noitadas ao vivo e a cores. Depois de anos torcendo o nariz para os filmes pornográficos do meu irmão (ele também cresceu, mas continuou) parei de me auto cesurar e decidi assistir alguns títulos. O bom do sexo - e da vida - é experimentar não é?
É, pode chamar de mulherzinha, mas pornográfico é pornográfico e erótico é erótico. E a linha tênue que separa esses dois horizontes é muito maior do que, para usar uma expressão daqui mesmo, uma calcinha de ladinho.
A sutil diferença entre os focos desesperados, o bater carne na carne, as libidos forçadas e os gemidos estratosféricos de grandes performances deram lugar, em mim, à curiosidade dos filmes romântico eróticos. Para as novatas, aconselho 9 1/2 Semanas de Amor e O último Tango em Paris (em frânces por favor e ah! a cena da manteiga é pra chocar as desavisadas). Sutileza, peitos à mostra, gemidos escondidos no travesseiro, focos das mãos nas costas e muito mais para uma imaginação fértil. Perfeito para tardes românticas antes durante ou depois dos encontros com um amor.
Sem amor, a coisa toda fica mais selvagem. E no sexo, vale tudo, desde que a gente goste. Então pornô, pra mim, é o que eu gosto de fazer entre quatro paredes.


Era ela, a deusa do espaço, quem comandava as orgias sexuais em sua cama

Emmanuelle! O grande clichê pornô foi para mim, como para a maioria de 20 a 30 anos, a primeira experiência sexual da vida. Experiência sexual sim, por que Emmanuele seduzia, conquistava para, só então ceder aos prazeres da carne. E tudo com muita classe! Emmanuelle era o tipo de pornô que identifico como feminista. Era ela, a deusa do espaço, quem comandava as orgias sexuais em sua cama, banheira, sala, nave espacial. As cenas eram muito sutis, apesar de sensuais, e é essa sutileza pornô que muito me agrada.
Gosto mesmo de pornôs e já até me arrisquei a assistir alguns mais modernos, Alexandre Frota e coisa e tal. Mas, convenhamos, são todos muito machistas! O homem é o fodão (!) e a mulher a louca do sexo; o corpo da mulher é mostrado a partir da dominação do macho. Ora, mulheres também assistem pornôs. E pode parecer papo de menininha mimimi, mas não tenho lá muita disposição para ver uma cena inteira tendo um pênis como protagonista.
Gosto mesmo é do pornô sensual, porque sexo, ainda que sacana, pode ser mais bem aproveitado cinematograficamente. Emmanuelle é a diva do pornô, e isso ninguém me tira.




Não sou dessas mulheres moralistas e castas, mas eu sempre vi o filme pornô como algo direcionado aos homens

Eu devo ter visto mesmo dois filmes pornô na minha vida. Foi aquela coisa de curiosidade, de se reunir com as amigas e ver como é que era. Lembro-me que emprestamos os filmes de um amigo nosso. Não me recordo do nome deles, mas lembro-me que um era brasileiro e outro americano e os dois eram igualmente toscos. Foi bem hilário assistir, na verdade. Mas, sendo sincera, tirando essa vez, eu nunca tive interesse de assistir sem ser na "zueira". Não sou dessas mulheres moralistas e castas, mas eu sempre vi o filme pornô como algo direcionado aos homens. Não sei se é porque eu não conheço ou se os exemplos que tenho em mente não me são atrativos, mas eu realmente não me interesso por esse tipo de filme.
Agora, em relação a filmes "eróticos", acho mais interessante, até porque eles têm um roteiro igualmente interessante. O meu favorito é o drama espanhol "Lucía y el sexo". Não foi exatamente por ser um filme erótico, mas eu realmente indico para quem se interessa por filmes mais picantes. Gosto dele por ele ser atrativo tanto para os homens, quanto para as mulheres. E vale a pena assistir com o namorado/peguete/amigo colorido, viu?




Outro dia, vi um que era com duas mulheres, e elas eram normais, gordinhas

O primeiro filme safado que vi foi “Gabriela Cravo e Canela”. Não é pornô, mas também não é coisa indicada pra uma menina de 10 anos, convenhamos. Estávamos eu e um primo na sala, os adultos lá fora, e o filme passando na globo. Ficamos quietinhos, controle remoto na mão, esperando chegar outra cena igual à que nos fez parar no filme. E chegou. Rimos como quem descobre aquilo que os adultos por anos tentaram nos esconder. Depois disso, anos depois, veio Emmanuelle. Que atire a primeira pedra aquele que nunca ficou de madrugada, com a TV ligada baixinho, esperando começar o cine Privé na Band. Eu adorava! Por fim, cheguei ao pornozão. O primeiro foi o filme da Gretchen, e vi com certo estranhamento. Convenhamos, a língua daquele ex-marido dela é enorme e ela faz umas caras bem estranhas. Depois, ví coisas mais legais. A maioria dos pornôs assisti ao lado de namorados e curti. Outro dia, vi um que era com duas mulheres, e elas eram normais, gordinhas, nada siliconadas. Gostei muito, mas ainda é difícil ver coisas assim: os filmes pornô – a maioria deles, ainda são feitos para se encaixar na imaginação dos homens. Mas a gente também tira algum proveito mesmo assim.


mas o sexo explícito em si é algo que serve para expandir a sua criatividade

Bem, não assisti a muitos filmes em toda a vida, mas claro que na época da adolescência ninguém fugia muito daqueles, tipo Emmanuelle, até porque passavam em TV aberta. No geral, hoje como adulta já vejo um sentido, penso que é uma forma de ver o sexo não como um tabu, mas como uma necessidade do corpo, além de estimular a criatividade ver cenas mais picantes também aumenta a libido, claro que não gosto muito daqueles em que rola baixaria ou violência, mas o sexo explícito em si é algo que serve para expandir a sua criatividade e deixar a sua imaginação muito mais aguçada. Além de filmes, acredito que outra coisa que estimula bastante são os contos eróticos, já que te fazem criar todo um cenário e personagens que podem te levar a conhecer outros desejos na vida real, afinal, fantasiar e desejar sensações não é coisa só de homem, é do ser humano.





Descobri, sem pudores, que pornografia não era bem a minha área

Lá em casa sempre foi tranquilo falar de sexo. Cresci achando que sexo era aquela coisa lenta e poética que passa nos filmes românticos e que a gente se arrepia toda. Nunca fui atrás de ver filme pornô, o mais forte que tinha visto era "Calígula" e "De Olhos bem fechados". Até que me mudei para uma casa em que o slogan é Girls Watch Porn e onde se dizia que menina curte pornô sim. A verdade é que não tenho quaisquer pudores com filme pornô, mas a primeira vez que eu vi reparei muito mais na unha comprida e branca demais da atriz e nos tapinhas sucessivos que, algumas vezes são sexies, mas repetidamente parecem um pouco retardados. As caras são falsas demais, também a falta de roteiro me incomoda. Descobri, sem pudores, que pornografia não era bem a minha área, e que me tinha muito mais tesão com filmes eróticos do que exatamente pornôs. É a mesma coisa com fotos de mulheres nuas: sempre achei lindo mulher nua, mas quando começa a ter close demais, dedos demais, úteros demais, o tesão acaba. Porque eu não gosto de genitálias saltitantes, eu gosto do conjunto, porque transar envolve cada pedaço do nosso corpo, e só esses pedaços juntos conseguem dar tesão.

Promoção, corre lá!

Que o Estação da Mulher é nosso parceiro vocês já sabem né? Então, a novidade é que tá rolando por lá uma promoção delícia: as meninas estão sorteando uma Jóia do Pantanal. Isso mesmo: biojóias, sabe? Não sabe? Passa lá pra conferir! Só clicar aqui.

E já já tem post safado por aqui ;)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Diquinha ixpérta

O blog tá meio parado, né? É que as desamélias aqui são todas mulheres de verdade, e aí uma tá enrolada com TCC, outra sofrendo as dores dos problemas conjugais, e a outra sendo explorada pelo patrão. Mas sempre há tempo para cuidar da gente, não é mesmo? E como esse é um blog de mulheres que também são vaidosas, vai aqui uma dica de ouro para vocês: vaselina!



Ih, menina, já pensou bobagem né? Esquece isso: a dica é para deixar suas mãos mais bonitas. Isso mesmo!

Seguinte: compre uma latinha de vaselina sólida (em qualquer farmácia por menos de R$2,00 e essa aí da foto é ótima) e, antes de dormir, espalhe um pouquinho sobre cada unha, concentrando na região das cutículas. Massegeie é só. Em dois dias você vai perceber a diferença. E é melhor que aquele produtinho famoso da avon, eu juro. ;)

Depois, vem aqui contar prazamiga o que achou.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Diz aí, Alceu

É papelzinho na cabeça de um, é amigo de partido comprando a briga, e assim vai seguindo a Campanha Política 2010. Campanha publicitária é o termo mais apropriado, já que as discussões políticas não se configuram em lugar algum: propaganda, comício, discurso.
Política é um bicho de sete cabeças e alguns milhões de bolsos e me arrisco dizer ser o maior problema da criação humana. Aí vem o coleguinha do trabalho, da faculdade, da balada e diz que: veja bem, política não se discute.
Política deve ser pensada, observada e sim: DISCUTIDA! E é meu amigo de outros tempos Alceu quem vai dar um recadinho esperto.


FM Rebeldia está no disco Andar, Andar de 1990

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Don't fuck!

Mandei esse vídeo no twitter, mas muita gente não conseguiu ver porque é preciso ter conta no youtube para acessá-lo. Então, achei legal postar aqui. É divertido e épor uma boa causa.



Essa semana estamos polêmicas. Espera que vem mais.

*E, amiguinho, normalmente, se você tem conta no orkut, você tem no youtube: é a mesma. ;)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Novos Baianos só para baixinhos

Você vê essa tribo colorida cantando versos melodramáticos de amores com rimas pobres e fica imaginando: que diabos de música meus filhos vão ouvir?
Então senta que lá vem história e com ela uma boa dica para você, desamélia moderninha que vira e mexe se pega pensando na maternidade escolhendo nomes para um futuro (ainda que distante) bebê.

Num reino não muito distante, mais precisamente num sítio no Rio de Janeiro, por volta de 1971, viviam alguns malucos chamados de Novos Baianos que entre uma loucura e outra se jogavam no pandeiro.
Reza a lenda que numa bela tarde de sol João Gilberto juntou-se aos baianos no reino encantado levando consigo sua filha de 3 anos, Bebel Gilberto. Entre um samba daqui, uma bossa acolá, Bebel entrou na dança e como equilíbrio é uma coisa que criança e artista não têm Bebel caiu.
Um tombo de nada, coisa pouca, mas papai Gilberto, Moraes Moreira e toda a trupe foi conferir o chororô de Bebel.
Bebel, então, já indicando que todo reino tem uma princesinha, disse tranquilizando a turma: acabou chorare, papai!





A lenda do reino pode não ser verdade, mas Acabou Chorare deu nome ao álbum de 1972 dos Novos Baianos, considerado pela Rolling Stone o melhor disco brasileiro de todos os tempos.
Vamos deixar a Xuxa para nossa infância e ouvir Novos Baianos na vitrola moderna com nossos futuros meninês.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Caixinha de surpresas

Dia das Crianças passou e vocês, que formam um casal lindo e apaixonado, não trocaram um presentinho? Tudo bem, ainda dá tempo e você não vai gastar mais que 5 reais. Como? Eu ensino.

Vamos lá recordar os tempos do jardim de infância (ou do programa da Eliana quando ela ainda dançava o pop-pop) e anotar a lista de materiais. Você vai precisar de:


Uma caixinha

Dessas, facilmente encontráveis por menos de 2 reais em papelarias e lojinhas de bugigangas. O tamanho, formato e a cor ficam ao seu gosto.


Uma tesoura SEM PONTA. Brinks



Uma caneta




E uma (ou mais, aí é a seu gosto também) folha de sulfite



Agora segue a parte chatinha da história: divida a folha de sulfite em diversos retangulinhos, num tamanho razoável para que dê para escrever uma frase em cada um deles e recorte. Feito? Vamos à diversão!

Em cada papelzinho, você escreve um prêmio para o seu amado (a), como se cada papel fosse um cupom, um vale-brinde. Algumas dicas:

Vale um beijo
Vale um abraço
Vale cinema
Vale um almoço
Vale um sorvete
Vale uma massagem
Vale um strip tease

Sentiu? Aí, amigos e amigues, é só deixar a imaginação rolar. Você dá o que você quiser, e o que tem a oferecer. Hihi. Pode repetir presente, pode ter presentinho especial, tipo “Vale um pedido à sua escolha”, pode o que você quiser. Legal né? Depois é só dobrar os papeizinhos, entregar e se divertir.

Se quiser deixar o presente ainda mais bonitinho, é só fazer os cupons com papéis coloridos. Dá pra colocar também um bombom ou umas balinhas dentro da caixa, pra incrementar o presente.


Enjoy ;)



*E se você não tem namorado, deixa na mesa do colega de trabalho ou na porta da casa do vizinho gostosão e fica na espreita. Quando ele abrir e olhar espantado procurando quem foi, você manda um beijinho.


*E quem me deu a ideia foi o lindo do meu namorado, o @o_theo. (Tá bom assim? rs)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Catedrático, bora discutir Foucault?

E aí seus gatos nerds, como vai a segunda-feira desse feriado maroto? Todo mundo levando o Kafka pra praia, lendo Proust na balada e vendo documentários para deixar o sexy-appeal em dia?
Hoje o nosso colírio nerd contempla um fenômeno humorístico de alta qualidade (muito melhor que os chatos do cqc, ok?), o Marcelo Adnet.

Confesso, danados, que ainda que eu não soubesse da parte intelecto-comediante dele, eu pararia, por meio segundo minha leitura para dar uma olhadinha no moço se ele passasse na rua. Confissão feita, mostro para vocês agora como um cara bonitinho se transforma no maior tesão:

Marcelo tem 29 anos, aos 14 anos resolveu aprender sozinho Russo, foi na embaixada, buscou umas fitas e aprendeu russo SOZINHO. Ai, gente, autodidatas são uma coisa.
Não bastasse ser formado em jornalismo e ter feito muitas coisas como ator, o gato é um ótimo comediante (e olha que eu não sou do tipo que acha qualquer Rafinha Bastos engraçado).



Mas o que me seduziu e me deixou definitivamente encantado com o Marcelo foi o Gaiola das Cabeçudas. Afinal, nerd que se preza acho muita graça na rima de Kant com Protestante. Ou na cacofonia do Bonde Segue sua Nau. Então se você não conhece o Gaiola das Cabeçudas, segue o primeiro vídeo:



Eu achei o primeiro bom demais e me matei de rir, mas foi no "dança do Aa" e no "Fernando Pessoa queridinho do Harold Bloom" que eu me declarei fã dessa coisa gostosa que é o Marcelo:



É, minha gente, apesar de todo sexy-appeal e juventude o moço se casou com a Dani Calabresa. Tudo bem que ela também é engraçadinha e bonita e (tá, admito, ela engraçada pra caralho), mas eu sou mais a Rosa Bacon, tá? Risos.

Aproveitem o colírio nerd de hoje, porque gente com humor inteligente faz qualquer um ficar onfirah!


domingo, 10 de outubro de 2010

Jogo de Cena

Toda mulher tem uma história pra contar. Pode lembrar, você também tem uma, e se pensa que não tem, faça um teste: comece contando alguma coisa que você julga ser banal. Aquilo que você pensa que aos outros pouco importa, mas que para você, por um momento, fez sentido, te fez alegre ou triste. Alguém sempre vai entender, querer saber, se identificar. Eu acredito que as histórias alheias nos fazem sentir mais humanos.

E eu, como mulher que gosta de ouvir e contar histórias, hoje me encantei com o documentário Jogo de Cena, do diretor Eduardo Coutinho.



São histórias contadas por mulheres de verdade, num jogo onde não sabemos o que é atriz e o que é personagem. Não vou estragar a surpresa com mais detalhes e impressões. Deixo a dica, o resto é com vocês.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu sou eu e um tamborim

O feriado está chegando e você nada de vamos a la plaia ô ô ô ô ô ? Nada de acampamento, nem festa, pancadã, retiro espiritual?
Já está trocando ideias com os orixás pedindo aquela chuva vingativa para se jogar no sofá e se abraçar na sessão da tarde?
Então deixa de lado esse recalque, joga o sofá no canto, abre aquela cervejinha abençoada e se joga nesse som aqui!

Minha tribo sou eu é uma composição de Zeca Baleiro e compõem o disco Pet Shop Mundo Cão de 2002. Mas o borogodó está no instrumental da música todo carnavalesco, com um tamborim que ó, cura qualquer recalque.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Gorda, magra, gostosa



A Rosa puxou o assunto e eu vou continuar: corpo feminino. Mas não vou falar de plus-size, apesar de admirar e apoiar o movimento. Até porque, em mim, o plus-size é só na inteligência e na simpatia (risos): mal chegou nos 1,60 m. e faço o tipo mignon, apesar de odiar essa palavra (já me imagino embalada numa bandejinha no açougue do supermercado).

Sei que, como é quarta-feira, deveria falar de sacanagem. Na verdade, vou falar, porque é de verdade uma sacanagem o que a natureza faz com nós, mulheres.

Magra, gorda, gostosa, mulherão: quero que atire a primeira pedra aquela que nunca reclamou de uma gordurinha aqui, uma celulite ali, uma estria acolá. É a bunda muito grande, o peito muito pequeno, a “pochete” na cintura: toda mulher tem sempre alguma coisa que quer mudar.

Mas se engana quem pensa que mulher não está nunca satisfeita. Nada disso. O problema, senhores, é mais embaixo (ou mais em cima, mais do lado, mais aqui, mais ali...). É que o corpo feminino muda muito, e acaba faltando tempo pra gente se acostumar.

Quando você começa a achar um charme o quadrilzão e a cintura fina, pimba! Some a cinturinha. Daí você acha legal ter peito pequeno, e um dia acorda com tudo inchado. É assim: não bastassem as mudanças que acompanham o cliclo menstrual, aquele vai e volta, incha e desincha, ainda passamos por mudanças bruscas ao longo dos anos.

Você, mulher, pense em como era seu corpo quando você tinha 14 anos. Agora, lembre dos 17, depois dos 21 e agora veja os 25. Cada hora uma mulher, não?

Ok, dos 14 aos 17 as mudanças são totalmente compreensíveis. Mas e depois? Eu tenho reparado nisso em mim o tempo todo. Mas há uma grande diferença no meu modo de perceber isso.

Dos 14 aos 17 eu era magra, e comia. Comia muito, descontroladamente, o tempo todo. Chocolate, sorvete, bala, bolo, pipoca, hamburguer, pizza, tudo num mesmo dia. E não engordava. Mas ficava nervosa, estressada, fazia regimes malucos no dia seguinte: o dia todo tomando chá. Durava até as 10 da noite, então eu me arrependia, comia bolo, pipoca, sorvete e chocolate, tudo junto, e ia dormir. Acordava arrependida, e então passava o dia comendo frutas. Até as 10 da noite, num ciclo sem fim. Mas – o que era mais importante: continuava sempre magra, 6 quilos mais magra do que sou agora – e não estava feliz: eu queria o corpo da capa da revista.

Aos 20, eu engordei uns três quilos e eles nunca mais foram embora. Eu já não me desesperava mais.

Agora, aos 24, engordei mais três quilos. Tenho 6 a mais do que tinha aos 16, nem tudo está no lugar como estava naquela época, e olha que eu como bem menos, mas veja só: me preocupo bem menos também! Não fico mais ansiosa, nervosa, estressada. E, no final, ainda acho graça de gostar muito mais do meu corpo agora do que quando tinha 16 ou 18 ou 21.

Vejam bem: a natureza feminina não faz sentido, e também não nos favorece. O corpo muda o tempo todo e a gente sempre reclama. Aparecem gordurinhas, celulites, estrias, o peito cresce, diminui, a barriga aumenta. Mas assim como o corpo, a mente e o espírito também mudam e a gente aprende a se gostar, e ver charme nos defeitos que nem são defeitos assim: são particularidades. Sorte nossa!


*Mas a gente sempre reclama, que é pra não perder o costume de ser levemente irritante. Faz parte.

Vem com a gente!

Lindos,

Algumas pessoas têm nos perguntado sobre o que fazer para participar do Desamélias. Achamos ótimo, ficamos lisonjeadas e agora vamos explicar. O esquema é simples: tem algum texto, sugestão ou mesmo perguntinha pra mandar pra gente? Só enviar no desamelias@gmail.com. A gente lê, dá aquela avaliada (porque, né, isso aqui é só alegria mas tem lá seu padrão de qualidade. RISOS) e posta com seu nome, twitter, e-mail, ou anônimo. Como preferir.

Nós agradecemos. :)

Lembrando que já rolou colaboração, aqui ó.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

plus-size, plus-sexy






Hoje o Colírio Nerd tá menos engraçadinho e mais sério. Depois de ver que o Serra foi para o segundo turno, a seriedade tomou conta desse blog (que é totalmente parcial, pelo menos quando assinado por mim, risos). Hoje, as nossas Colírio Nerd vêm para mostrar que beleza se dá pela inteligência e pelos quilos que, para alguns são a mais, mas para nós são a medida certa.


Sim, ter mais de 1,70, estar acima do peso e calçar 41-42 (é verdade) tornam esse post bairrista, mas eu vim aqui para mostrar para vocês, seus delícios, que o borogodó plus-size ta na moda, e não é à toa.
Prova disso é que sites como o Mulherão e o Grandes Mulheres têm feito o maior sucesso por ai. Mas nós, desamélias que somos, não estamos aqui para mostrar o quanto as gatas plus-size são delícias, e, sim, para mostrar como elas ficam ainda mais delícias quando mostram o quanto sabem.
Uma breve retomada histórica, pro Botero morrer de Tesão. (dica 1, gatos, se vocês não sabem quem é Botero, parem de ler esse post e procurem se informar, tá?. Dica 2: o quadro supracolado é dele!)

CHIQUINHA GONZAGA primeira pianista de choro, primeira criadora de uma marchinha de carnaval e primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Acha pouco? Foi mãe solteira numa época em que ser só mãe já era mais que difícil...

Adaptou o piano à música popular e se tornou a primeira música popular do Brasil. É, se você fica se babando porque o Chico Buarque é isso e aquilo saiba que muito do sexy-appeal nerd ele deve a Chiquinha, que não era considerada uma mulher bonita e que para os padrões atuais (loucos e insanos) seria tida como gordinha.






Enquanto você perde tempo reparando se sua bunda tem 89 ou 88 cm, TARSILA DO AMARAL arasava com um quadrilzão. Pintora, desenhista e um dos ícones da semana de 22. Casou uma vez, separou e pegou quem? Oswald de Andrade. Sem contar que ela foi sempre toda trabalhada no modernismo, na vanguarda  e nos bafafas da União Soviética. E você se achando moderna porque conheceu Brasília semana passada....








DORA FERREIRA DA SILVA, poeta e tradutora, vinculada ao movimento concretista e que ganhou muitos prêmios, tanto como poeta quanto como tradutora. Apesar de ser mais conhecida pelos trabalhos como tradutora, sua poesia vale muito a pena.








O padrão estético mudou, claro. Essas mulheres nem deveriam ser consideradas gordinhas, mas tenho certeza que a materialização delas nos dias de hoje ia classifica-las com "cheinhas", "gordinhas, e o pior de todos "fofinhas" (eu tenho cara de amofada para ser fofa?). Fofinha é a sua boneca inflável, meu querido, essas foram mulheres com curva e conteúdo.. Duas coisas tão pouco valorizadas hoje em dia....

E para provar que a beleza das plus-size e a inteligência delas não se reduzem apenas a intelectuais consagradas pela tradição (Q), segue uma plus-size, advogada, professora, tradutora e linda, Carolina Caran:



É isso ai, minha gente, eu teria muitos outros exemplos, mas quis me segurar para só dar exemplos brasileiros. Desculpem a falta de humor nesse post, mas é que o Alckmin ganhou e eu ainda tô mal. Eu e São Paulo, né. Tá, parei de falar de eleição. E pra mostrar como eu sou uma conhecedora de causa do assunto abordado, segue uma foto minha ahazando no plus-size e lendo kafka na Praia e fazendo a intelectual croquete.


sábado, 2 de outubro de 2010

Ai, que saudade da Amélia

Acorda às sete da manhã, faz café, olha no espelho, quase tudo certo. Prende o cabelo pra esconder a bagunça, anda, ônibus, dia inteiro, chefe aqui, greve nos bancos, cadê o salário do mês?
Final de semana vai passar, pode ser que chova...vai uma dica para aproveitar o tempo em casa e, quem sabe, armar aquele pulo do gato para a noite?

Pão de queijo!

Mulher que come fica com um charme a mais quando tem seus próprios truques também na cozinha, uma pitada de amélia só para dar gosto.
Uma dica de mulher para mulher, Marisa, é o triunfo do pão de queijo. Não, amiguinha, não vai polvilho, não demora, é rapidinho e você só vai sujar em proporções saudáveis:

1 pote de tamanho médio
1 xícara
1 assadeira
1 colher
2 mãos

Começou a gostar da coisa? Então vamos lá. O primeiro passo é simples. Você só vai precisar comprar um pacotinho daqueles de preparo para pão de queijo, não conheço muitas marcas, mas a Yoki é uma boa pedida e eu não estou recebendo uma cesta básica só de pão de queijo pela propaganda, infelizmente.
Aí é só seguir aas regras do pacotinho. Coisa simples como dois ovos, quase meia xícara de leite, uma colher de manteiga, mistura ao conteúdo do pacote, e use as mãos para homogeneizar a massa.

Olha o truque

É na hora de fazer as bolinhas com a massa que você coloca Tom Zé pra tocar e se faz mineira.
Para dar o truque você só vai precisar de (escolha quantas opções quiser):

3 colheres de queijo cheddar
3 colheres de catupiry (ou do requeijão que faz o truque do catupiry)
4 Fatias de presunto picado

Após fazer a bolinha do pão de queijo, abra a massa e recheie com um dos ingredientes acima sempre atentando às proporções de acordo com o tamanho que você fizer o pão de queijo. Se estiver rolando aquela festa do nada pra fazer em casa faça pequenas bolinhas recheadas e sortidas, agora se você estiver sozinha e quer arrasar na foto com o pão de queijo, faça em tamanhos maiores para aproveitar melhor o recheio.

Ervas finas

Um toque final para quem gosta de temperar tudo com alguma erva, é misturar na massa já homogeneizada umas pitadas de orégano. Dá todo um gosto diferente.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Coisa pouca, bagatela

Desejo banal abrir toda a janela
só pra te esperar
passar...


Nossos olhos se cruzam
quando se fecham


Será que a gente é louca ou lúcida
quando esconde saudade
num trecho de música?






Bagatela é uma composição de Frejat e Antônio Cícero e a dica destoando vem do álbum A Fábrica do Poema de Adriana Calcanhoto, 1994.