segunda-feira, 23 de julho de 2012

A NOVA continua me traumatizando.

Caríssimos e sensuais leitores,
o Desamélias pretendia voltar com força total e um post de reapresentação, com uma nova proposta, já que renovar é sempre tendência. Faremos sessões e participações especiais, entre um monte de novidade. Inclusive manteremos a sessão "A Nova me Traumatizou", da qual esse post fara parte. Enfim, hoje, por sugestão de um homem atemorizado, li o texto Namoradas Espiãs e quase tive um ataque epilético. Segue o subtítulo:


Descobrir tudinho que o lindo faz quando está longe dos seus olhos parece irresistível? NOVA ensina técnicas avançadas para mulheres que querem se tornar profissionais na arte da espionagem


Gente. Gente. Ô, minha gente. O mais perto de espiã que eu já quis chegar foi de filme do Bond, mas só para dar uns amassinhos com o lindo do 007 (seja na versão do Sean Connery - a minha predileta - ou do Pierce Brosnan), agora espionar namorado? Quem faz isso deveria ter muita, mas muita vergonha e ir procurar um terapeuta, porque alguma coisa tá errada.

Não bastasse eu achar isso, vem a NOVA dar dicas de como sair do estágio namorada-louca e evoluir seu pokémon para namorada-alucinada-psicótica. E vocês não fazem ideia do nível de humilhação que as dicas sugerem. Vamos às piores (mas eu sugiro que vocês leiam todas evocando o mantra: obrigada, (coloque aqui uma entidade sagrada, educação ou familiar), por eu não ser assim/namorar alguém assim!


Essa é a foto no post, com a seguinte legenda: Seja sutil na hora de espionar e, se for pega, tenha uma desculpa boa na ponta da língua
No boxe do banheiro
Procurar por objetos femininos, como sabonete líquido ou lâmina de depilação rosa. Eles indicam que outra mulher frequentou a casa do lindo. Veja se há fios de cabelo maior que o dele no ralo.
VEJA SE HÁ FIOS DE CABELO MAIOR QUE O DELE NO RALO? MEU.DEUS. Eu quase não tolero a ideia de tirar do ralo OS MEUS QUERIDOS FIOS DE CABELO e só faço pro tem não entupir e você, cara NOVA, sugerindo que eu mexa no ralo do moço? Ele que me traia com uma loira e uma ruiva que pelo fio de cabelo eu não vou descobrir.
No carro
Procurar por endereços registrados no GPS ou anotações, que denunciam por onde seu gato andou. Ele pediu para pegar um CD no porta-luvas? Ótima chance para ver se tem camisinhas.

Ouviu? Se o seu namorado tem camisinha no carro péssimo sinal, né? Afinal, querer transar no carro com uma psicótica deve ser impossível. 
Na mesa onde ele esvazia os bolsos
Procurar por cartões de visita mostram com quem seu namorado conversou. Recibos de bares ou restaurantes? Contas caras significam que ele convidou alguém ou bebeu demais.
Sério, me dá vontade de mandar pra NOVA assim: e meu namorado que almoça no bandeco, jamais poderá me trair? É preciso da nota para saber se ele carregou o Cartão Universitário de outra.
No congelador
Procurar por sinais de que ele gosta de receber visitas, como copos gelados de cerveja. Bandejas de carne? Bom cozinheiro. Se vir refeições light, desconfie: pode ter outra. Repare na quantidade de gelo em cima da caixa para saber se está lá há muito tempo.


Afinal, homem fiel é gordo e péssimo anfitrião. Próximo, NOVA:
No escritório
Procurar por contas de cartão de crédito para saber como ele gasta o salário. Costuma pagar apenas o valor parcial da fatura? Se se enrola nos juros, pode não ser tão responsável assim...
Se for pega: tenha uma caneta na mão e diga que estava testando-a no papel
Agora tem dica caso você seja pega. TOMARA QUE VOCÊ SEJA, SUA RETARDADA. Pergunto: não é exatamente a NOVA que aconselha a ser uma mulher moderna e gastar o seu dinheiro em compras como bem entender? Esse conselho não vale pro rapaz. MINHA FILHA, você gasta 400 reais com um tênis que tem plataforma embutida e vai julgar qualquer outra pessoa no mundo? Ok. Next.
No cesto de roupa suja
Procurar por manchas incriminadoras ou perfumes estranhos na cueca. Se encontrar roupas de mulher no mesmo cesto...
Se for pega: pergunte se ele não está sentindo um cheiro esquisito no ar. Desculpa, mas você até achou que viesse das roupas dele.
Depois não reclama se ele sugerir que você lave as cuecas dele. E tomara que todas que você cafungar estejam bastante freadas.
No lixo
Procurar por vestígios dos últimos dias da vida dele. Você vê tudo: o que comeu, quando usou fio dental, se bebeu cerveja...
Se for pega: faça cara de preocupada e diga que seu anel caiu na lixeira.
Santa Carminha, livrai-me do lixão, amém. Nada a declarar.
Gente, tem mais um monte: computador, celular, máquina digital. Eu sou uma pessoa ciumenta, sim. Não, eu também não tolero a ideia de ser traída. Mas, sinceramente, a sanidade mental de uma pessoa que se humilha a esse ponto merece de cuidados especiais. Para mim, entre isso e picotar seu marido na banheira o pulo é sutil. Eu já achava malucas as minhas amigas que ligavam muito pro namorado, o que eu posso pensar sobre cheirar cuecas? A verdade é que enloquecer a vida de outra pessoa e só o caminho mais fácil de afastá-la. E eu não estou fazendo uma ode ao desapego. Amem-se e apeguem-se, mas sem achar a vida do outro é sua.
Revistas: parem de manipular pessoas normais. Qualquer pessoa em um momento de fraqueza pode acreditar que está errada em não ser assim. Pessoas estão sendo mortas em cinemas porque acham que é normal. Quem ainda dita o que é normal é a mídia, que pena. Não sejam tão escrotas, eu gosto mais de quando vocês mostram opções baratas de moda.
Homens: sou confiante e acredito que isso ainda não seja maioria. As loucas psicóticas existem e se você se apaixonar por uma, tente salvá-la. Ninguém quer viver de migá-lhas e de humilhação. Gritar com elas não adianta. Espero que vocês demostrem carinho, e respeito: é só disso que a gente precisa.
Mulheres: eu amo vocês, eu amo a nossa capacidade de ser multiprodutiva e inteligente. Por favor, não subestimem isso em prol de nada.
Era isso que eu tinha pra dizer. E digam BEM VINDAS DE VOLTA, Desamélias, porque o Obina voltou, e nós também.

Aquele beijo vermelho,
Rosa.


sábado, 26 de maio de 2012

Provas de amor não são amor.

Ouço, pelo menos uma vez por dia, a canção V do "Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé" do Zeca Baleiro. São poemas da Hilda Hist musicados pelo Baleiro. São lindos. Esse, em específico, me dói em lugares que eu não saberia tocar, se me pedissem que dissesse quais são. Diz a letra:

Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio
Se me amas, podes dizer que não. Pouco me importa
ser nada à tua volta, sombra, coisa esgarçada
No entendimento de tua mãe e irmã. A mim me importa,
Dionísio, o que dizes deitado, ao meu ouvido
E o que tu dizes nem pode ser cantado
Porque é palavra de luta e despudor.
E no meu verso se faria injúria
E no meu quarto se faz verbo de amor


Queria levar isso para o resto da minha vida, queria me educar assim, porque a minha razão me diz exatamente isso: provas de amor são quietas, caladas e particulares. Mas acho, no fundo, que eu sou piegas, brega e - por que não? - insegura. Tem aquela música, que nem é tão boa, que diz que provas de amor não são amor. Talvez não sejam, talvez nunca se equivalham. E eu admiro muito quem pode viver sem provas de amor. No meu lado mais vergonhoso de mim mesma, encaro as provas de amor (e, por favor, foto de perfil do casal não se encaixa no meu padrão de prova de amor, mas de ausência de senso de ridículo) como uma espécie de materialização do sentimento. Que deprimente, vocês pensam, e eu concordo. Mas que raça forte é essa que se sustenta firme num relacionamento sem declarações públicas e bregas de afeto? Eu admiro e invejo. E trabalho para um dia ser suficiente aquilo que eu sinto, e não aquilo que eu faço com o que eu sinto. 

Nessa minha particular idiotice, deixei de perceber algumas declarações; ignorei; acusei de frieza. Eu deixei passar muita coisa e não aprendi, ainda. É triste e sincero olhar para si e admitir que é quase uma saudade física ficar esperando gestos que não virão. Sigo fingindo que não, mas procurando por pequenas provas de amor esquecidas na rua...


"O que me faz sofrer é sentir que o que encheria qualquer mulher de felicidade, ou seja, ter o teu maravilhoso amor de homem e as coisas lindas que você me diz, tudo isto me causa ansiedade e me leva ao desespero. Quanto mais eu penso em me entregar a você novamente, tanto mais terror eu tenho do que seria de mim se teu amor ainda ardente se apagasse" Trecho de Eu sei que vou te amar  filme do Arnaldo Jabour, acho que a única coisa boa que ele fez na vida dele..

domingo, 11 de março de 2012

Fica caladinho.


Falar é prata, calar é ouro - diria sabiamente minha professora do primário quando eu insistia em conversar na hora da explicação. Nunca entendi o provérbio, até me apaixonar pela primeira vez. Daí eu descobri dois universos:
1. de nunca poder falar tudo aquilo que a gente quer (ainda que eu insista em fazer isso mesmo aos quase 23 anos de idade)
2. de que homem que fala demais é um pé no saco.

Se vocês, caros leitores que nunca comentam esses textos, achavam que eu discorreria lindamente sobre a minha falta de filtro em relacionamentos e  o excesso de sinceridade (causa principal de inícios e términos): erraram.
Vejamos, juntos, o ponto n.2

Por que grande parte das mulheres não gostam de homem que fala demais? Hipóteses lançadas por amigos, amigas e pessoas que eu, curiosamente, indaguei:

- Porque a verborragia é característica feminina;
- Porque os assuntos, em geral, não interessam;
- Porque ocupam nosso turno de fala que deveria ser maior
- Porque qualquer pessoa que fala demais (desnecessariamente) dá no saco.

Concordo plenamente com a última, retomo, no entanto, a primeira. O dom de puxar papo é característica majoritariamente feminina? Que fique claro que não estou tomando posições, quero só dividir com vocês algo que me aflige: a existência dos homens que falam demais.

E falam demais quando deveriam, por natureza, ficar quietos: no filme, na mesa, na cama (morte aos narra-foda).
MEA CULPA seja feita, eu mesma falo demais. Tenho amigas queridíssimas que falam demais e não me perturbam. A pergunta sem resposta é: por que essa característica em homem soa tão ridícula?

e que fique bem claro que chamar no facechat não é falar demais, é mais que obrigação. E o Hugh Laurie poderia até recitar os Lusíadas pra mim que eu não reclamaria. Sou imparcial.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ele não está assim tão interessado

Engraçado como as pessoas, quando estão interessadas umas nas outras, assumem 3 papéis principais:
- de atores/atrizes
- de oráculos/ videntes
- de matemáticas
Ator eu não preciso explicar, qualquer pessoa que esteja minimamente afim de alguém começa a transformar-se em alguma coisa tão natural quanto a pele da Hebe. E ok que seja assim, mas só nos cinco primeiros minutos. Oráculos ou videntes são posições ocupadas, concomitantemente, pela pessoa tocada pelo cupido e pelos amigos dessa pessoa. Isto é: ele não vai na festa/ ele vai na festa e vai pegar a menina x e me olhar com aquela cara de já te esqueci/ Ele não lembra mais meu nome/ Ele nunca vai ser feliz de novo/ entre tantas outras certezas que temos sobre o futuro dos outros e do nosso (eu nunca vou amar assim novamente). Matemáticas: se eu chegar as 8h45 ele vai ter esperado 13 minutos o que significa que vai ter tido pelo menos 4 minutos de reflexão sobre o porquê de eu não estar lá/ Será que se ele sair de casa as 18h chega a tempo do meu cabelo estar seco?/ Mas se ele tem 5 anos a mais que eu, quando eu tiver na idade de ter filho ele vai querer?

Assumidos esses três papéis, em suas diferentes variantes, descobrimos que, em 99,99% dos casos a pessoa responsável pela nossa loucura, decididamente, não está nem ai. Se você organiza seu trabalho para ter um número x de noites livres pra alguém, esteja certo(a) que, ou essa pessoa te conta que pode ir, ou não diz que não tem tempo. Não tem tempo quem não quer ter.

Ora, se a pessoa não faz a mínima questão de falar com você é porque ela não quer, de fato, falar com você, e não porque ela contou a quantidade de vezes que você puxou assunto e disse que queria vê-la e esse número é menor do que o número de vezes que você fez isso. Se quisesse, de fato, vê-la, faria isso.

E no meio desse tanto de nuances, eu lembrei daquele filminho bobo e divertido do "Ele não está afim de você" ou alguma coisa assim, que mostra o quanto as mulheres fazem esse tipo de cálculo, previsão e atuação. A verdade é que fazem mesmo, mas só quando não estão verdadeiramente interessadas. O jogo, o cálculo, a conta são frutos de uma única paixão: a do próprio ego. É vontade de ter certeza que ele gostou de você, que ele quer ter oito filhos com você, que ele te acha linda. Mesmo que você não queira de fato isso.

Eu também faço contas, cálculos, combinação astral.  Não me eximo dessa parcela de loucos. E depois de ter feito tudo isso, se eu ainda escrevo, digo, falo, grito e paro de sufocar o que eu sinto, ok, era isso mesmo que eu queria. Se a coragem, contudo, acaba na primeira tentativa de vomitar sentimento, eu abraço o travesseiro e lembro o meu ego que ele pode superar mais essa...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Com expectativa, por favor.

Ouço, desde que me conheço por gente, que o melhor a se fazer é não criar expectativas, para depois o sofrimento ser menor. Acatei, durante toda a vida, esse conselho. De forma falsa, fingia não criar quaisquer expectativas e fingia surpresa a cada novidade que me era apresentada. Faz pouco tempo que assumi esse meu lado subversivo e antiético. Adoro expectativas. Tirem as crianças da sala, finjam que não me conhecem na rua, se quiserem, mas eu vou gritar aos quatro cantos: EU ADORO CRIAR EXPECTATIVA. Aí vem você com essa cara blasé de quem leva a vida como quem come clube-social (só por obrigação) e me diz: e a frustração? Eu engulo, não cuspo não. Se for pra frustrar, que fruste. Eu não vou perder o tesão da espera, se o melhor da viagem é preparar a mala. Se a parte mais gostosa de estar apaixonada são os minutos enlouquecedores antes de encontrar alguém. E se, depois, a pessoa não era exatamente aquilo que eu queria, ou se a viagem não foi assim tão maravilhosa, nos meus sonhos foi. Nos meus devaneios no meio da aula, ou no ponto de ônibus, foi. E ai valeu a pena cada sonho, cada texto feito, cada sorriso perdido. Nada é à toa. É a minha literatura particular, e ela é deliciosa. Além disso, nessa coisa doida que a gente chama de vida, mesmo criando expectativas existem coisas que a superam. E aí?

E aí qualquer loucura se justifica.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

declaração de amor a céu aberto


Por mais que a gente enlouqueça e queira fingir que é para sempre, e deseje agarrar, segurar, prender no porão ou num potinho, ou adie mil vezes o fim quando ele está em nossas mãos, não tem jeito: as pessoas passam. Falo com certa sanidade que em verdade não me pertence: sofro cada vez que lembro que nada é para sempre.

Mas em pequenos descuidos, quando a alma está acalmada, percebo o que de bom fica de quem foi. Outro dia comprei um CD do ACDC, e estranhei. Quatro anos antes eu não faria isso. Lembrei-me do menino que fez-me interessar por ACDC, pegar gosto por pipoca e ver filmes de Wes Anderson.

Hoje janto pipoca sempre que posso, e os filmes de Wes Anderson são dos meus preferidos.

Quando relacionamentos acabam, a gente tende a pensar em tudo que perdeu: tempo, dias, planos, amor. Mas tão bonito é descobrir, nos entraves do dia-a-dia, as coisas que ficaram, e que somaram ao que éramos, e que fazem o agora.




(E das coisas boas que ficaram, a Rosa é uma delas. O menino do Wes Anderson e do ACDC me apresentou a menina que, quem diria, seria minha amiga, sócia, e por vezes 'espelho')

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

é que o teu máximo, às vezes, é pouco.

Todo mundo é diferente, e era pra ser bom assim: a gente nunca tem tudo o que espera de quem quer. Nem do pai, nem do amigo, nem do orientador.  Não sei porque eu insisto, insistimos todos, em nos envolver com quem destoa. Em quem é completamente diferente.

97% dos piores clichês que eu escuto dizem: os opostos se atraem. Não duvido, é bem provável que eu me apaixone por aquilo que foge do meu comum, mas dai pra isso fazer bem custa. Ou vocês aprendem o meio termo, e eu juro que isso é possível, ou vai ser dor em cada minuto e em cada espaço: onde caberia sorriso, vai entrar um tapa, do destino, zombando de você e reiterando com sarcasmo: eu disse que não ia dar certo. Às vezes a explicação é astrológica, pode ser freudiana (o édipo, a electra, e as referências míticas que vem com a palavra complexo antes), pode ser o estresse do trabalho. Ou, antes disso tudo, pode ser só que é exatamente aquilo que a pessoa, ou a gente, tem a oferecer. Que pena.

E o que fazemos? Se é aquilo que ela tem a oferecer, e se é exatamente ela que a gente quer, temos duas opções: a kamikaze (e incrivelmente a mais escolhida) de tentar fazer a pessoa mudar; ou, ainda, acostumar-se ao jeito dela. Difícil, impossível, eu suponho, se o amor é grande. Não aprendi, nem com o pai, nem com os amigos, nem com o orientador. As pessoas insistem em permanecer do jeito exato que elas são. Eu, inclusive.

Se eu não duvido que haja diferentes jeitos de amar e inúmeros modos de mostrar isso, eu me pergunto e vos pergunto: por que a gente insiste em querer ser amado de um jeito específico? Porque em tudo que eu escrevi até agora, talvez, eu não acredite. Talvez não seja possível gostar e simplesmente não querer. É claro que a gente se irrita, é claro que às vezes a pessoa que fica linda de manhã com olheiras fica, de repente, sem graça, assim, ao meio da tarde.  Mas eu ainda não tenho certeza se é normal amar assim, sem loucura, sem um pingo de breguice. Talvez. É que eu acredito em desespero, em saudade, em abraço, em vontade louca de gritar. Acredito em medo de escrever, em escrever e nunca mandar. Quantas cartas eu vou juntar? Quantas vezes eu vou escrever um nome e apagá-lo freneticamente, como se eu pudesse, assim, apagá-lo de mim?

Acima de tudo eu acredito que o amor acaba, e às vezes rápido demais, e a gente insiste em dizer que é um jeito diferente de amar aquilo que, nem de longe, é amor..